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Petróleo

AIE revê em baixa consumo de petróleo em 2024 e previsão para 2025

13 mar, 2025 - 11:13 • Lusa

Cerca de 60% da nova procura mundial de petróleo virá da Ásia, nomeadamente da China, para alimentar a indústria petroquímica.

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A Agência Internacional de Energia (AIE) reviu em baixa os números de consumo de petróleo no ano passado e também as previsões para a procura em 2025, devido ao contexto de incerteza gerado, em particular, pelas tarifas dos EUA.

No relatório mensal sobre o mercado petrolífero publicado nesta quinta-feira, a AIE assinala que em 2024 o consumo cresceu apenas 830.000 barris por dia, e não 870.000 como tinha antecipado em fevereiro.

A progressão deverá acelerar este ano, com mais um milhão de barris por dia, para 103,9 milhões, mas abaixo dos 1,1 milhões de barris por dia que estimava há um mês.

Uma grande parte desta progressão é atribuída à queda dos preços do petróleo bruto, que no caso do Brent do Mar do Norte caiu 11 dólares nas últimas oito semanas, para cerca de 70 dólares, um nível próximo do mínimo dos últimos três anos.

Cerca de 60% da nova procura mundial de petróleo virá da Ásia, nomeadamente da China, para alimentar a indústria petroquímica. No outro extremo, a Europa será a única grande região do mundo onde se prevê uma diminuição das necessidades de petróleo bruto.

Os autores do relatório da AIE estimam que, embora o impacto na economia real das tarifas anunciadas pela administração de Donald Trump seja ainda limitado, estas irão "atuar claramente como barreiras ao comércio global e ao crescimento económico".

Em particular, destacam que a falta de clareza sobre a aplicação destas tarifas, com repetidos recuos, levou o principal índice de referência da política comercial ao seu nível mais elevado desde a sua criação há 40 anos.

A AIE, que reúne a maior parte dos países do mundo desenvolvido, demarca-se das projeções da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que, no seu próprio relatório mensal, apresentado na quarta-feira, não alterou as suas previsões, apesar das incertezas sobre o efeito Trump.

A OPEP mantém, assim, a sua projeção de que a procura de petróleo irá aumentar 1,4% este ano, para 105,2 milhões de barris por dia.

Do lado da oferta, a AIE estima que esta poderá exceder a procura em cerca de 600.000 barris por dia, embora avise que, se a OPEP+ (que reúne outros grandes países produtores que não fazem parte do cartel, como a Rússia) não travar a contribuição dos que bombeiam acima dos seus objetivos, este excedente poderá aumentar em mais 400.000 barris.

Os seus peritos preveem que a oferta de petróleo aumente este ano em mais 1,5 milhões de barris por dia (o dobro do que aumentará em 2024), na condição de a OPEP+ manter os seus cortes voluntários para além do mês de abril, conforme acordado de início.

Este aumento de 1,5 milhões de barris provirá quase exclusivamente de países não-membros da OPEP+. Os EUA estão a produzir volumes recorde e serão a principal fonte do aumento da oferta mundial, seguidos pelo Canadá, Brasil e Guiana.

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