13 mar, 2025 - 13:00 • João Malheiro
Uma auditoria do Tribunal de Contas (TdC) considera que o sistema de gestão escolar E-360 "falhou os principais objetivos".
De acordo com a auditoria divulgada esta quinta-feira, o sistema central para a gestão dos processos dos alunos "não teve os efeitos esperados". A adesão das escolas foi limitada e o sistema teve uma execução financeira de 7,3 milhões de euros.
Em 2019 tinham aderido 65 escolas, em 2023 não foi além de 128 e 23 desistiram. Em 2024, apenas 122 - 15% das 808 escolas - permaneceram.
Em contraste, 85% das escolas adquiriram outros sistemas no mercado.
"O E-360 tinha como objetivo disponibilizar numa só plataforma toda a informação sobre o percurso educativo dos alunos em tempo real, mas a auditoria concluiu que continuaram a existir diversos sistemas, sem que se tenham registado avanços no sentido da utilização de um sistema único com informação completa e em tempo real", analisa o TdC.
Apesar de ter como objetivo reduzir custos, o E-360 teve recursos limitados face à adoção de outros sistemas de gestão pelas escolas, cujos custos não se conhecem, "impedindo a visão holística do esforço financeiro envolvido no E-360 e em sistemas alternativos".
O TdC diz ter identificado fragilidades no sistema ao longo do tempo, como as imitações no seu funcionamento e o apoio insuficiente à resolução de problemas reportados pelas escolas. Em 2024, não se registaram melhorias depois da realização de contratos destinados à manutenção e desenvolvimento de novas funcionalidades e à monitorização e melhoria da interoperabilidade.
“Atendendo aos recursos públicos ao longo de quase uma década, nota-se que não foram apuradas eventuais responsabilidades gestionárias e técnicas”, aponta, ainda, a auditoria.