14 mar, 2025 - 15:00 • Teresa Almeida , João Pedro Quesado
A intenção do Governo passar para o regime de parceria público-privada (PPP) a gestão de mais de 170 centros de saúde causa muitas dúvidas à Associação Portuguesa de Médicos de Medicina Geral e Familiar (APMGF).
À Renascença, Nuno Jacinto, presidente da associação que representa os médicos de família, confessa que os profissionais estão “às escuras” sobre a mudança anunciada pelo Governo.
“Este modelo nunca existiu, nunca foi testado e não sabemos bem qual é a ideia do Governo e do Ministério relativamente a esta transição. Estamos completamente às escuras”, aponta o médico, sublinhando que “nós não podemos continuar com estes, enfim, quase atos de fé, acreditando que vai correr tudo bem”.
Nuno Jacinto considera ainda “no mínimo estranho” o anúncio “num Conselho de Ministros na véspera da queda anunciada do Governo”, quando “no terreno ninguém tem informação nenhuma sobre como é que isto se vai processar”.
“Não podemos deixar os profissionais perdidos no meio de mais um experimentalismo, de mais algo que vai ser pensado e depois vai ser corrigido no dia a dia”, avisa o presidente da APMGF.
De acordo com o “Expresso” desta sexta-feira, o regresso das PPP ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) vai incluir a gestão das unidades de cuidados primários agregadas nas unidades locais de saúde (ULS) dos hospitais abrangidos – Braga, Loures, Vila Franca de Xira, Amadora-Sintra e Garcia de Orta.