17 mar, 2025 - 07:00 • Liliana Monteiro
Um contingente de 170 militares da Força de Fuzileiros parte esta segunda-feira rumo à Lituânia de onde só regressa em julho. Os militares participam nas Medidas de Tranquilização da NATO, destinadas a reforçar a segurança coletiva dos estados-membros, particularmente os situados na fronteira leste da Aliança Atlântica.
A proximidade com a Rússia “leva-nos a interpretar que a ameaça existe e é permanente”, “a proximidade é conhecida e a ameaça real”, confessa à Renascença o comandante da força, o capitão-tenente Hugo Santos.
“Nos tempos que vivemos não somos alheios ao mundo, são tempos de incerteza, mas isso não muda a nossa atuação e temos de estar permanentemente prontos”.
Questionado sobre como atuará a força caso exista ingerência russa, responde: "Temos de ser cuidadosos e atuar de acordo com os procedimentos, com muito cuidado e disciplina.”A atuação será regida pela “proporcionalidade da força”, sublinhando que o cenário de “agressão” não está previsto neste mandato.
A Força de Fuzileiros vai instalar-se na zona litoral da Lituânia, num campo de treinos na cidade de Klaipeda e “é uma força no modo anfíbio, operações especiais, abordagem, mergulho de combate, inativação de explosivos e cinotécnica”, explica o comandante.
“Na sua essência é o reforço de forças da aliança na fronteira leste, os fuzileiros estão lá desde 2018, esta é a sétima participação”.
Afirma que “durante este período aproveita-se para treinar também com as forças lituanas para ambas as partes saberem do que são capazes”.
Esta é descrita como sendo “a maior força de fuzileiros empregue no exterior nos últimos 50 anos”.
Além dos treinos prevê-se a participação portuguesa nos exercícios OPEN SPIRIT, EODEX, STORM DEFENDER e no BALTOPS 27, que chega também à Letónia, informa a Marinha.
É a primeira missão na Lituânia tanto para o Comandante Hugo Santos como para a grande maioria do contingente, mas há também os repetentes que “são uma mais valia, porque têm importante conhecimento em sede de planeamento e aprontamento e ajudam a perceber o que vamos encontrar”.
Pela primeira vez os fuzileiros projetam uma equipa cinotécnica composta por dois cães e dois tratadores, “o objetivo é potenciar a força anfíbia, porque têm capacidade de deteção de explosivos e ataque a um opositor”, explica o comandante.
Pela frente tem aquele que considera o maior desafio: “manter as pessoas focadas, motivadas, unidas, disciplinadas e com sentido de missão”.