17 mar, 2025 - 06:00 • Fátima Casanova
Utilizar os recursos que estão na sala para levar as crianças a pensar sobre o valor do dinheiro é uma das estratégias que os educadores de infância são chamados a promover. Para os ajudar a tirar proveito de espaços e materiais, foi desenvolvido um Guião para a Educação Financeira na Educação Pré-Escolar, que está a ser distribuído por todos os jardins de infância do país.
Em declarações à Renascença, Lourdes Mata, uma das autoras do Guião, sublinha que “não faz sentido ignorar, nem desenvolver e aprofundar algumas competências nesta área” financeira, tendo em conta que “o dinheiro, as transações, o multibanco, as moedas e as notas estão presentes no quotidiano de todas as crianças, por exemplo, quando acompanham os pais às compras”.
Esta professora do Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida (ISPA) explica que o Guião apresenta exemplos de projetos e práticas para tratar estas matérias nos jardins de infância e sugere que se utilizem os materiais disponíveis na sala para simular situações reais.
“Se a sala tem uma loja, faz sentido haver dinheiro e uma caixa registadora, se tem um cabeleireiro, porque não introduzir também o pagamento?”, acrescenta Lourdes Mata.
Esta professora sublinha que “o espaço de brincadeira pode, assim, tornar-se num ambiente educativo” em que será importante “apoiar as crianças a tomar decisões” no que toca à gestão do dinheiro, de forma a compreenderem que é preciso ter para poderem gastar.
Este novo recurso pedagógico vem completar a oferta de cadernos de educação financeira já disponibilizados pelo Plano Nacional de Formação Financeira para os três ciclos do ensino básico e para o ensino secundário, numa parceira entre o Ministério da Educação, os supervisores financeiros e quatro associações do setor.