18 mar, 2025 - 07:50 • Anabela Góis
A oferta de lares para idosos em Portugal está longe de satisfazer as necessidades da população e os preços estão cada vez mais altos.
Um estudo realizado pela plataforma Via Sénior, que abrange 2.700 infraestruturas que representam mais de 105 mil camas, mostra que a oferta de residências sénior só satisfaz 4% das necessidades, se tivermos em conta que há 2,5 milhões de pessoas com mais de 65 anos. Se considerarmos a população com mais de 75 anos, a cobertura sobe para 8,7%.
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Nuno Saraiva da Ponte, administrador da Via Sénior, sublinha que, em dezembro, só 11% das residências sénior tinham vagas disponíveis para receber novos utentes. “Cerca de 70% das unidades da oferta privada têm 100% de ocupação, portanto, não há vagas e 22% têm taxas de ocupação entre os 91% e os 99%.”
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A pressão da procura, associada à melhoria dos serviços prestados, reflete-se também num aumento generalizado dos preços. “Mais de 25% das residências reportaram subidas superiores a 5%, e este foi mesmo o aumento que se verificou”, diz Nuno Saraiva da Ponte, que adianta que “14% das residências tiveram subidas superiores a 5% e 6% dizem que aumentaram os preços acima dos 10%”.
Neste momento, Portugal tem um valor médio de alojamento em quarto individual “de cerca de 1700 euros, um quarto duplo à volta de 1400 euros e um triplo à volta de 1300 euros”.
São valores médios que “variam bastante em função da residência em questão e da zona do país, porque podemos ter lares que vão desde os mil e poucos euros até mais de 5 mil euros”.
De acordo com o estudo, é na região do Porto que há menos oferta de camas em residências sénior, logo seguida de Lisboa por oposição ao distrito de Santarém, onde há mais vagas e os preços são mais acessíveis.
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“A taxa de ocupação é muito elevada nos grandes centros urbanos porque a disponibilidade tem a ver com a relação entre procura e oferta”, diz o CEO da Via Sénior.
“Um dos distritos onde é mais fácil encontrar vaga é no de Santarém, que começa a norte do distrito de Lisboa, e vai até Leiria. Em Fátima, por exemplo, temos diversas instituições com disponibilidade e preço menos elevados, e não é por terem menos qualidade”, enfatiza.
Os dados recolhidos no inquérito mostram que apesar do número de residências para idosos estar a aumentar, ainda é insuficiente para a nossa estrutura etária. Nuno Saraiva da Ponte defende que temos de ir muito mais longe, “porque o que está a ser feito é, ainda assim, muito insuficiente”.
De acordo com o mesmo estudo, o tempo de permanência médio em residências sénior varia entre um e 15 anos.
Em termos de idades, verifica-se que 58,3% dos utentes das ERPI (estruturas residenciais para idosos) têm 86 ou mais anos. Seguem-se as pessoas com idades entre 81 e 85 anos (30,6%) e da faixa etária entre os 65 e os 80 (11,1%).