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Operação Pretoriano

Villas-Boas: "Não é normal o clube pagar viagens à direção dos Super Dragões"

20 mar, 2025 - 18:27 • Jaime Dantas

Villas-Boas de regresso ao tribunal num prazo de cinco dias. Em causa um vídeo onde o presidente do Futebol Clube do Porto terá pedido aos adeptos que entregassem o seu cartão de sócio a não sócios no caso de não conseguirem ir votar nas eleições do clube.

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Operação Pretoriano. Villas-Boas de regresso ao tribunal num prazo de cinco dias
André Villas-Boas, presidente do FC Porto, à saída do julgamento da Operação Pretoriano. Foto:Rita Vila Real / RR

O presidente do Futebol Clube do Porto, André Villas-Boas, foi ouvido esta quinta-feira no Tribunal de São João Novo, na qualidade de assistente no julgamento da operação Pretoriano.

A sala de audiências foi surpreendida quando a defesa do ex-funcionário dos azuis e brancos, Fernando Saúl, revelou ter na sua posse um vídeo em que, alegadamente, durante uma ação de campanha em Santa Maria da Feira, Villas-Boas teria pedido aos adeptos que entregassem o seu cartão de sócio a não sócios no caso de não conseguirem ir votar ao Estádio do Dragão no dia 27 de janeiro de 2024.

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Apesar das eleições do clube não fazerem parte do objeto do processo, ao contrário da procuradora do Ministério Público, as defesas de todos os arguidos aceitaram que este vídeo fosse incluído como meio de prova. Por isso, no prazo de cinco dias - requerido pelo FC Porto - André Villas-Boas terá que regressar à sala de audiências.

Em declarações aos jornalistas, à saída do tribunal, o presidente portista disse que o referido conteúdo é um "não tema".

"A acreditação para as eleições é feita com cartão de cidadão e de sócio", lembrou.

"O dia mais negro”

Villas-Boas reconstituiu ainda os momentos que antecederam a polémica Assembleia Geral de 13 de novembro de 2023, que descreve como o dia “mais negro na história do clube”.

Relevou que os primeiros petardos foram lançados quando passou de carro pelo Dragão, tendo sido ainda vaiado pelos adeptos, mas garante que não se "sentiu intimidado".

"Não é agradável ver comportamentos indignos para com outros associados. Alguns órgãos sociais do FC Porto ficaram inertes perante o que estava a acontecer", lamentou, no entanto.

O presidente do clube criticou a antiga direção, de Pinto da Costa, por financiar uma claque portista ao considerar que “não é normal o clube pagar viagens à direção dos Super Dragões”.

Foi ainda ouvido Henrique Ramos, conhecido como “Tagarela”, uma sessão marcada por forte tensão na sala, com a juíza e a procuradora do processo a condenarem o comportamento errático do assistente do processo.

No arranque das suas declarações, Henrique Ramos disse que Vítor Bruno Aleixo o agrediu por duas vezes, mas depois acabou por dizer que esse episódio não aconteceu. A situação repetiu-se quando o tema foi a alteração dos estatutos do clube.

Durante a fase de instrução, em fevereiro de 2024, considerou que estes favoreciam a direção de Pinto da Costa, mas na audiência desta quinta-feira disse o contrário.

Estão em causa 19 crimes de coação e ameaça agravada, sete de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo, um de instigação pública a um crime, outro de arremesso de objetos ou produtos líquidos e ainda três de atentado à liberdade de informação.

O julgamento continua na próxima segunda-feira.

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