25 mar, 2025 - 20:33 • Fábio Monteiro
As autoridades portuguesas, em colaboração com outras forças internacionais, intercetaram, esta terça-feira, um narcosubmarino nas águas do Atlântico, a aproximadamente 500 milhas náuticas a sul dos Açores.
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A embarcação transportava cerca de 6.500 quilos de cocaína com destino à Península Ibérica.
A operação denominada “Nautilus”, em que participaram, além da PJ, a Marinha e a Força Aérea portuguesas, a Guardia Civil de Espanha, a Drug Enforcement Administration do EUA e a National Crime Agency do Reino Unido, teve origem em informação partilhada pela Guardia Civil no Maritime Analysis and Operations Centre – Narcotics (MAOC-N), com sede em Lisboa.
Em comunicado, a PJ e a Força Aérea Portuguesa revelaram que o narcosubmarino tinha cinco tripulantes e partira da América do Sul.
Mais tarde, em conferência de imprensa, Luís Neves, diretor nacional da Polícia Judiciária, sublinhou ainda o quão importante foi a apreensão da embarcação.
Porquê? Bem, antes de mais, é algo raro.
Os narcosubmarinos são embarcações construídas de forma artesanal, projetadas para transportar grandes quantidades de estupefacientes de forma secreta. São frequentemente construídas com materiais como fibra de vidro, o que lhes permite navegar sem serem detetados por radares, revelou uma investigação da “BBC”.
A bordo estavam pelo menos cinco traficantes, que (...)
Tipicamente, estas embarcações têm entre 12 e 24 metros de comprimento e são equipadas com motores diesel, permitindo-lhes alcançar velocidades de cerca de 20 km/h.
Com tanques de combustível de grande capacidade, podem percorrer até 3.200 quilómetros sem necessidade de reabastecimento. A tripulação é geralmente composta por três a quatro pessoas, e a capacidade de carga varia entre quatro e 12 toneladas.
A capacidade dos narcosubmarinos navegarem quase totalmente submersos dificulta a sua localização por radar, sonar ou sistemas infravermelhos.
Ao mesmo tempo, a construção em fibra de vidro e o design que minimiza a produção de ondas superficiais tornam-nos praticamente invisíveis aos métodos tradicionais de vigilância marítima.