01 abr, 2025 - 14:00 • Lusa
O Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) alerta para a existência de uma representação de uma organização extremista internacional em Portugal, classificada em vários países como organização terrorista.
De acordo com o documento preliminar apresentado e aprovado esta segunda-feira na reunião do Conselho Superior de Segurança Interna, e a que a Lusa teve acesso, não existe em Portugal nenhuma organização de extrema-direita classificada como terrorista, apesar de existir um braço de uma organização extremista internacional que é classificada como terrorista noutros países.
Sem especificar qual é a organização em questão, o RASI aponta para a existência deste ramo de uma organização extremista em Portugal, que já foi alvo de sanções financeiras em vários países por financiamento de terrorismo.
Esta organização, acrescenta o relatório que seguiu para o parlamento, promove encontros através de eventos musicais, incluindo em território nacional, e que funcionam como método de recrutamento de militantes e como forma de financiamento para produção de material de propaganda, por exemplo.
Neste caso, a inexistência de uma posição comum a nível global em relação às organizações que são consideradas terroristas permite que estes grupos desenvolvam a sua atividade em vários países. O RASI refere ainda que se verifica com frequência a deslocalização de alguns dos seus membros.
No contexto das organizações extremistas, Portugal continua a ter os tradicionais movimentos "skinheads", de supremacia branca e caráter neonazi, que não são, no entanto, tão apelativas para os jovens como os novos movimentos nacionalistas de extrema-direita que surgem através das redes sociais.
Estes novos movimentos que têm uma forte presença nas redes sociais surgem com líderes carismáticos, que o RASI descreve como verdadeiros "influencers", e que têm como bandeiras as teorias da islamização da Europa e a alegada insegurança provocada pela imigração.