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Polícia Judiciária faz buscas em estabelecimentos prisionais. Há 13 detidos

09 abr, 2025 - 10:32 • Olímpia Mairos , Carla Fino

Na origem das buscas estão suspeitas de corrupção, tráfico de droga, falsificação de documentos e branqueamento.

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A Polícia Judiciária (PJ) está a realizar, esta quarta-feira, uma megaoperação, denominada “Mercado Negro” em vários estabelecimentos prisionais.

Em comunicado, a PJ dá conta de 13 suspeitos detidos, dois dos quais são guardas prisionais.

Em causa estão suspeitas da prática dos crimes de corrupção ativa e passiva, tráfico de estupefacientes, tráfico de substâncias e métodos proibidos, falsificação de documentos e branqueamento.

Apartamento em Lisboa escondia laboratório de drogas. Veja as imagens
Apartamento em Lisboa escondia laboratório de drogas. Veja as imagens

A operação policial foi desencadeada na cadeia anexa à PJ, na Carregueira, Alcoentre, Sintra, Linhó e Funchal dando cumprimento a 32 mandados de busca e apreensão (14 domiciliárias e 18 não domiciliárias).

“Visa um alegado projeto criminoso, praticado, entre outros, por guardas prisionais que facilitam a entrada de substâncias ilícitas nos estabelecimentos prisionais a troco de vantagem patrimonial”, acrescenta a nota.

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De acordo com a PJ, a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais prestou toda a colaboração à investigação desenvolvida, designadamente, através da Direção dos Serviços de Segurança e do Grupo de Intervenção e Segurança Prisional (GISP).

As diligências, no âmbito de inquérito dirigido pelo DIAP Regional de Lisboa, foram acompanhadas por uma juíza de instrução, uma magistrada do Ministério Público e cerca de 200 inspetores e peritos da Polícia Judiciária.

Os detidos serão presentes a primeiro interrogatório judicial de arguido detido, para aplicação de medidas de coação adequadas.

Segundo, a PJ as investigações prosseguem.

A Associação Sindical das Chefias do Corpo da Guarda Prisional já reagiu e aplaude as buscas da Polícia Judiciária. Em declarações à Renascença, Hermínio Barradas defende que os detidos sejam afastados e considera que estas ações não fragilizam a guarda até porque a profissão tem vivido com muitas dificuldades.

“O acontecimento não fragiliza nada o corpo da guarda prisional, antes pelo contrário, é separar o trigo do joio”, diz.

Henrique Barradas acrescenta que “o corpo da guarda prisional é que tem aguentado o sistema com 30% de falta de quadros, incapacidade do Governo de repor e rejuvenescer os quadros, com recurso a trabalho suplementar não remunerado, a supressão de folgas e o envelhecimento terrível dos que estão ao serviço, e nós mesmo assim vamos conseguindo manter isto de forma entrópica”.

Estes ilícitos só têm de ser retirados do sistema se assim for provado, não temos qualquer problema com isso, orgulhamo-nos disso”, conclui.

[notícia atualizada às 12h20 de 9 de abril de 2025 para acrescentar a reação da Associação Sindical das Chefias do Corpo da Guarda Prisional]

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