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Crime

Quatro acusados de agressões e rapto de crianças em Gondomar garantem inocência

09 abr, 2025 - 13:36 • Lusa

Os nove arguidos estão acusados da prática, em coautoria, de dois crimes de rapto (dos menores), dois de sequestro, dois de roubos, dois de ofensas à integridade física qualificada, dois crimes de ameaça e um crime de dano.

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Nove pessoas acusadas de raptarem duas crianças, espancarem a avó e o companheiro, e ainda raparem o cabelo à mulher, em 2024, em Gondomar, começaram esta quarta-feira a ser julgadas no Porto, tendo quatro afirmado serem "completamente inocentes".

No Tribunal de São João Novo, no Porto, a sessão desta manhã ficou marcada pelo depoimento de quatro dos arguidos, que afirmaram serem "completamente inocentes" e que foram identificados pelas vítimas "por ódio e vingança".

Segundo a acusação, os arguidos, no dia 6 de fevereiro de 2024, "sob os comandos do arguido patriarca [ex-marido de uma das vítimas, sendo a outra vítima o atual companheiro da mulher] engendraram um plano para fazer com que a ofendida voltasse a residir com este arguido, e de lhe retirar os netos que a mesma tinha a seu cargo desde o ano de 2020".

Os nove arguidos estão acusados da prática, em coautoria, de dois crimes de rapto (dos menores), dois de sequestro, dois de roubos, dois de ofensas à integridade física qualificada, dois crimes de ameaça e um crime de dano. Um dos arguidos está também acusado de detenção de arma proibida.

Quatro dos arguidos estão, atualmente, em prisão preventiva e outros três em prisão domiciliária. Os restantes dois aguardam encontram-se em liberdade.

O Ministério Publico defende que os arguidos espancaram o homem à porta de casa, no concelho de Gondomar, apontaram-lhe armas de fogo e facas e obrigaram-no a entrar em casa, onde agrediram a avó dos meninos, tendo-lhe cortado o cabelo à facada e, depois, exibindo o escalpe da vítima nas redes sociais, num vídeo em que a mãe das crianças, também arguida, admite ter dado uma "valente sova" à mulher, que é sua mãe.

"Eu não estava lá. Eu estava a dormir. Tinha tomado a minha medicação e estava a dormir. Só vi o vídeo depois do meio-dia, quando acordei", declarou um dos arguidos, garantindo que as vítimas o identificaram "por vingança e por ódio".

A testemunhar depois daquele arguido, outro dos acusados, que esteve em prisão preventiva cerca de um ano, estando agora com pulseira eletrónica, garantiu igualmente não ter "nada a ver com o assunto" em causa.

"Acusaram-me a mim e a mais quatro inocentes. Eu não fiz nada do que sou acusado. Estragaram-me a vida. Eu só quero provar a minha inocência e voltar a ser feliz", declarou este arguido, que referiu que à hora dos factos, cerca das 08:00, estaria a trabalhar.

Um terceiro arguido foi também ouvido esta manhã e garantiu, à semelhança dos anteriores, ser inocente: "Eu sou crente, sou cristão (...) e por isso eu não podia fazer isto", explicou.

O quarto e último arguido a prestar declarações nesta sessão salientou, igualmente, que não fez nada daquilo de que está acusado: "Eu não sei porque estou aqui, eu não fiz nada. Não sei porque fui identificado [pelo homem que foi alegadamente agredido]".

O julgamento continua da parte de tarde com a audição da arguida, mãe das crianças, que mostrou vontade de prestar declarações depois de ter dito esta manhã que não o queria fazer.

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