10 abr, 2025 - 13:20 • Lusa
O Tribunal de Bragança condenou na quarta-feira um homem a 16 anos de prisão por esfaquear o enteado bebé e a companheira, num caso ocorrido em novembro de 2023, em Mirandela.
O acórdão, consultado hoje pela Lusa, sentenciou o arguido a 12 anos pela tentativa de homicídio do menino, na altura com sete meses, e a nove anos por ter tentado matar a mãe do bebé, que tinha 19 anos e com quem mantinha uma relação.
Em cúmulo jurídico, a pena aplicada é de 16 anos de prisão efetiva, sendo que foi absolvido pelos crimes de violência doméstica e ameaça agravada pelos quais ia acusado, além de homicídio qualificado na forma tentada.
A progenitora da criança, também arguida neste processo, foi condenada a dois anos e seis meses de prisão, suspensa por três anos e sujeita a regime de prova, por violência doméstica.
A mulher vai ter de frequentar programas para prevenção de violência doméstica, crime pelo qual respondeu, na forma agravada. Vai ainda ter de pagar uma indemnização de 4.000 euros.
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Em valores compensatórios, o coletivo de juízes decidiu que o arguido será obrigado a pagar um total de 89.300 euros, a maior fatia ao menino, agora com 2 anos e entregue aos cuidados do pai biológico.
Os factos remontam à madrugada do dia 23 de novembro de 2023, numa casa na localidade de Vila Novas das Patas, no concelho de Mirandela, distrito de Bragança.
Descreve-se na acusação deduzida pelo Ministério Público (MP) que, "em mais do que uma ocasião, fumaram [os arguidos] cocaína na presença do filho bebé da arguida. E que, depois de mais uma discussão, encontrando-se com o filho ao colo, a arguida arremessou-o para cima da cama".
O padrasto padece de doença psiquiátrica, detalhou o MP.
No verão de 2023, os arguidos iniciaram um relacionamento amoroso e passaram a viver em união de facto, e o bebé morava com eles.
Assim, segundo o MP, na data dos crimes, os arguidos fumaram cocaína (crack) na presença do bebé "até que à noite, e após uma discussão entre o casal, o arguido empunhando uma navalha que estava a utilizar para cortar a pedra de "crack", desferiu diversos golpes que atingiram a companheira (arguida) na zona do abdómen".
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A seguir, o arguido "pegou no bebé e fazendo uso da navalha desferiu-lhe diversos golpes que o atingiram na zona do abdómen e das costas, provocando-lhe diversas perfurações, que demandaram que o mesmo tivesse que ser helitransportado de emergência para o hospital".
A mãe do arguido, apercebendo-se da situação, tentou intervir, tendo o filho ameaçado a mulher de morte.
Já com a Guarda Nacional Republicana (GNR) no local, "o arguido arremessou o bebé contra um colchão que estava no chão", descreveu ainda o MP na acusação deduzida em maio do ano passado.
"O arguido atuou querendo tirar a vida à companheira (arguida) e ao filho desta, só não o tendo conseguido por motivos alheios à sua vontade", era a convicção expressa desta autoridade.
O arguido esteve em prisão preventiva todo o processo e vai continuar privado de liberdade até o acórdão transitar em julgado.
A mãe da criança vai manter Termo de Identidade e Residência (TIR) até à extinção da sua pena.