10 abr, 2025 - 08:55 • Redação
Surpresa e desconhecimento. É assim que a população de Vila Nova de Gaia reage à possibilidade da construção da futura estação de TGV na zona de São Caetano, em Vilar do Paraíso.
O consórcio liderado pela Mota-Engil responsável pela linha de alta velocidade entre Porto e Oiã quer mudar em dois quilómetros a localização da estação de Gaia, inicialmente projetada para Santo Ovídio.
A alteração ao projeto não foi divulgada a outros organismos envolvidos na obra, como é o caso da Câmara Municipal do Porto e a Infraestruturas de Portugal. A decisão de deslocalização da estação da linha de alta velocidade vai a votação numa reunião extraordinária da Câmara Municipal de Gaia às 16h00, bem como numa Assembleia Municipal marcada para as 21h00.
A nova localização, que abrange a rua e Travessa da Junqueira, a rua do Guardal de Cima e a travessa do Belo Horizonte, em Vilar do Paraíso, poderá também beneficiar do crescimento da linha Rubi até ao local.
Em São Caetano, perto da capela local, Catarina Fonseca esperava pelo único autocarro da zona. À Renascença, confessa-se incomodada pela falta de informação prestada aos moradores: "Nós (moradores) não sabemos nada. Até agora não sabemos onde é que vai passar, não sabemos o trajeto". Catarina, de 26 anos, diz que teve conhecimento da informação porque "foi alguém que me disse, assim do nada. Não foi ninguém da junta, nem ninguém da Câmara".
Joana Morais espera igualmente pelo autocarro e mostra também descontentamento com a "falta de informação para com os moradores", e diz ser essencial informar os moradores "para sabermos que tipo de consequências é que vamos ter". A jovem comenta ainda que os moradores podem não aceitar este tipo de infraestruturas: "Isto é uma localidade pequena em que toda a gente se conhece, e se calhar não estamos preparados para esse tipo de infraestruturas".