Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Sindicato pede investigação do MP e Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão do INEM

11 abr, 2025 - 12:21 • Lusa

IGAS sugere a abertura de um inquérito para investigar os pagamentos adicionais aos formadores internos do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), para perceber se podem implicar responsabilidade disciplinar e financeira.

A+ / A-

O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) pediu esta sexta-feira ao Ministério Público (MP) que investigue os factos apurados pela Inspeção-geral da saúde quanto ao INEM, considerando que é matéria para uma Comissão Parlamentar de Inquérito.

"É bastante mais gravoso [do que as conclusões preliminares divulgadas em dezembro]. Diria que há necessidade óbvia de o Ministério Público investigar estes factos e até de a Assembleia da República, assim que assumir funções, avançar com uma Comissão parlamentar de Inquérito à gestão do INEM", disse à Lusa o presidente do STEPH, Rui Lázaro.

Já segue a Informação da Renascença no WhatsApp? É só clicar aqui

A Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS) sugere a abertura de um inquérito para investigar os pagamentos adicionais aos formadores internos do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), para perceber se podem implicar responsabilidade disciplinar e financeira, num relatório de quase 500 páginas a que a Lusa teve acesso.

A IGAS considera também que o INEM não acautelou os riscos decorrentes da falta de fiscalização dos casos de acumulação indevida de funções, nomeadamente no âmbito da formação em entidades externas e diz que detetou casos de trabalhadores a acumular funções em entidades externas acreditadas sem autorização e outros em que as autorizações precisavam de ser revistas ou renovadas.

Contactado pela Lusa, Rui Lázaro lembrou que o atual Conselho Diretivo do INEM está funções há quase um ano, "mas estes dirigentes responsáveis por estas ilegalidades todas continuam em funções e a dirigir departamentos do INEM".

"Para nós existem claras suspeitas, eu diria quase certezas, de que houve beneficiários destas ilegalidades nomeadamente os dirigentes que acumularam ilegalmente funções com a convivência e com a participação do anterior Conselho Diretivo do INEM", afirmou.

Rui Lázaro acrescentou que os dirigentes que não foram nomeados a título definitivo, porque os concursos nunca chegaram ao fim, "continuaram propositadamente em regime de substituição, o que os permitiu acumular funções ilegalmente".

"Isto para nós é considerado criminal, tendo em conta que estamos a falar do erário público e de dinheiro que devia estar a ser gasto na proteção da saúde e da vida dos portugueses e que foi desperdiçado de outra forma", observou.

Sindicato exige explicações do INEM e da ministra da Saúde

O dirigente sindical pede ainda que tanto o presidente do INEM como a ministra da Saúde venham a público dar explicações.

Acrescenta que é preciso saber "se estes dirigentes vão ou não continuar em funções, se o INEM vai adotar outras medidas, se o Departamento de Gestão dos Recursos Humanos, que é para nós o principal responsável por estas irregularidades, vai ou não continuar em funções".

"Estes esclarecimentos devem ser dados com a maior brevidade possível, de forma a tranquilizar a opinião dos cidadãos sobre a atividade do INEM", sublinhou.

O documento da IGAS é relativo à auditoria que analisou a legalidade e eficiência de gestão do INEM quanto aos meios de emergência médica. As conclusões preliminares tinham sido divulgadas em dezembro e já teciam várias criticas à formação dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH), que tem sido alvo de denúncias dos atuais formandos, alguns dos quais admitem impugnar o curso que está a decorrer.

Questionado pela Lusa, o presidente do STEPH afirmou: "Já com o anterior governo, o ministro Manuel Pizarro obrigou o presidente do INEM, à altura Luís Meira, a calendarizar a entrada em funcionamento de todos os protocolos de TEPH que deviam estar no terreno desde a altura".

"O atual presidente, já este ano, na presença de senhora ministra, calendarizou também a entrada em funcionamento de todos os protocolos até o final do ano. Pois já passaram dois meses, já deviam ter entrado pelo menos mais dois protocolos, e continuamos sem notícias ou sem previsão de quando este aumento de competências, dos técnicos se vai traduzir em efetivos cuidados para os cidadãos", afirmou.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+