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Cinco anos sem carta. ACP defende maior penalização de condutores com álcool

14 abr, 2025 - 12:34 • João Cunha , Carla Fino

Presidente do ACP alerta que a permissividade do ensino de condução em Portugal e a falta de fiscalização permanente contribuem números alarmantes de sinistralidade.

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Os castigos para quem é apanhado com uma taxa de alcoolemia acima do previsto são "extremamente permissivos". Quem o diz é Carlos Barbosa, presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP), que defende que quem é apanhado com numa taxa acima de 0,5 gramas por litro de sangue devia ficar "pelo menos cinco anos sem carta".

"Os castigos são extremamente permissivos. Qualquer uma destas pessoas apanhadas com excesso de álcool devia ficar pelo menos cinco anos sem carta, com pena suspensa durante esses cinco anos. E à mínima multa que tivesse, até de estacionamento, fosse preso", refere Carlos Barbosa, que justifica a dureza das propostas depois de mais de 300 pessoas terem sido detidas nos primeiros três dias da Operação Páscoa.

"Não aceito nem admito que haja uma pessoa com álcool que se meta dentro de um carro. Vai-se matar não só a ele como também aos outros", lamenta Carlos Barbosa, que defende que "a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária e o governo deviam fazer castigos mais severos para quem é apanhado com álcool".

O presidente do ACP alerta ainda que a permissividade do ensino de condução em Portugal e a falta de fiscalização permanente contribuem para estes números.

"Infelizmente, não há a fiscalização que gostaríamos de ter, permanente. Depois, o ensino em Portugal é extremamente permissivo, assim como os exames. As pessoas vão para as escolas não para aprender a guiar, mas para tirar a carta", lamenta.

Associação de cidadãos automobilizados diz que números pecam por defeito

O presidente da Associação de Cidadãos Automobilizados não estranha os números dos primeiros dias de Operação Páscoa. Acredita mesmo que pecam por defeito.

"Se as forças de segurança tivessem efetivos suficientes e capacidade suficiente para fazer fiscalização efetiva do pais, muito mais pessoas eram apanhadas com excesso de álcool", diz Manuel João Ramos, que acredita que, "neste momento em que não se sabe qual será o próximo governo, os condutores sentem que ninguém olha sobre o ombro deles". E assim, os comportamentos na estrada, "pelo período de férias e pelo período politico" que atravessamos, "tendem sempre a ser ainda mais arriscados e menos sujeitos a autofiscalização".

Em declarações à Renascença, o presidente da Associação de Cidadãos Automobilizados diz faltar vontade política em fazer com que haja mão mais pesada na lei, dando o exemplo do que se passa em França.

"Se um familiar ou amigo deixa um condutor ir para a estrada alcoolizado, essa pessoa será cúmplice do crime em caso de colisão ou atropelamento. Há muitas formas de combater o álcool ao volante. É preciso é que haja vontade política, e essa eu não vejo em Portugal", remata.

Prevenção Rodoviária pede mudança no ensino

O presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP) admite que a taxa de álcool ao volante é um grave problema no nosso país.

Alain Areal considera que as sanções aplicadas são as adequadas, mas admite que há medidas que podem ser tomadas, no âmbito da prevenção, não só no ensino secundário, mas também nas escolas de condução.

O presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa espera que, apesar de estar de saída, o Governo aprove o Plano Estratégico de Segurança Rodoviária.


Comentários
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  • maria
    14 abr, 2025 lisboa 15:32
    5 anos sem carta?......prisão?......era logo condenado á morte.assim nunca mais vrevaricava e não dava despesas a niguém.....desde que o estado pagasse o funeral.haja concenso!......

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