14 abr, 2025 - 16:34 • Vasco Bertrand Franco , com Lusa
O Governo assinou esta segunda-feira duas novas portarias para permitir que, no próximo ano letivo, comecem a abrir vagas no pré-escolar para acolher mais cinco mil crianças a partir dos 3 anos, dando prioridade às famílias mais carenciadas. Para a Associação de Creches e Pequenos Estabelecimentos de Ensino Particular, a medida é "claramente insuficiente".
Novas salas com o mínimo de 20 crianças ou salas adaptadas para conseguir receber mais crianças é a medida do Governo que já tinha sido anunciada em março, na última reunião de Conselho de Ministros antes de o parlamento chumbar a moção de confiança ao Governo.
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Nessa altura, foi aprovada uma resolução com a despesa de 42,5 milhões de euros para que nos próximos três anos letivos sejam cumpridos os acordos que venham a ser celebrados com o setor particular e cooperativo e setor social e solidário, para abrir 200 novas salas de pré-escolar ou de readaptar salas já existentes.
Um diagnóstico solicitado pelo Governo revelou que havia mais de 10 mil crianças sem acesso a vagas no pré-escolar e as 200 novas salas permitirão o acesso gratuito a cerca de metade dessas crianças.
É positivo mas não chega, diz a presidente da Associação de Creches e Pequenos Estabelecimentos de Ensino Particular, sobre as cinco mil vagas para educação pré-escolar anunciadas pelo Governo.
Em declarações à Renascença, Susana Batista lembra que há cerca de 10 mil crianças sem acesso à educação pré-escolar.
“Se vão abrir agora cinco mil vagas, é claramente insuficiente. Dá só para metade das crianças. Muitas crianças que vão sair agora do programa Creche Feliz vão procurar continuidade pedagógica no pré-escolar e não vão conseguir encontrar vaga”, afirma Susana Batista.
A presidente da Associação de Creches e Pequenos Estabelecimentos de Ensino Particular mostra-se também preocupada com a anunciada abertura de 200 novas salas, porque não há educadores de infância suficientes.
“Como é que se vai abrir 200 novas salas quando há tanta falta de educadores de infância. Nós sempre preconizamos que era prioritário aproveitar as vagas que existem espalhadas pelos estabelecimentos de ensino do setor social e privado, antes de se pensar em criar novas salas, porque estas salas que existem e têm vagas já têm educadores de infância, já têm o investimento feito. É de aproveitar o que está feito e que não vai custar dinheiro”, defende Susana Batista.