Quem cuida dos cuidadores? Braga tem um gabinete para responder às necessidades de quem cuida

Braga tem um Gabinete do Cuidador, iniciativa que, em parceria com a Câmara Municipal, pretende prestar apoio a pessoas em situação de cuidador.

O serviço pretende "informar e clarificar" e "fazer chegar o máximo de informação às pessoas" para "o cuidador não se sentir perdido", explica à Renascença a presidente da Associação de Cuidadores, Familiares e Amigos de Braga, Daniela Oliveira.

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"A ideia é que realmente haja mais eficácia no encaminhamento" do cuidador aos pedidos de ajuda no "ato de cuidar". A dirigente realça, ainda, que as ajudas pedidas "não são financeiras", mas sim relacionadas com "apoio psicológico" e com a "pequena substituição" para o cuidador poder "sair um bocadinho para fazer algo que precisa".

O contacto com o gabinete pode ser feito de forma presencial, no Gabinete Municipal de Saúde ou por via telefónica, o recurso até agora mais utilizado por parte dos cuidadores. Daniela Oliveira diz também que estão previstas idas ao domicílio, em parceria com o projeto "Mundo do Cuidador, que terá profissionais para fazer a substituição do cuidador" para que possa "ter um tempinho para si".

Numa fase inicial, o gabinete do cuidador funcionava "apenas uma vez por semana com um voluntário".

A associação presidida por Daniela Oliveira ambicionava "criar redes de parceria" de forma a alargar a ação do projeto e a " agregar o máximo de recursos e que estes sejam funcionais do ponto de vista dos cuidadores e pessoas cuidadas". Nesse sentido, foram estabelecidas parcerias com "o município, a ULS de Braga e com o Instituto de Segurança Social" de forma a "agregar e unir esforços de todos para que se possam fazer atos mais conscientes e efetivamente válidos para os cuidadores".

A parceria com a Câmara Municipal de Braga, que tinha "objetivos também a esse nível", permitiu a permanência de um profissional que "esteja o tempo inteiro alocado, 35 horas por semana".

Daniela Oliveira explica que a função do técnico presente passa por "fazer o primeiro contacto daquilo que são as necessidades do cuidador e da pessoa cuidada e fazer o devido encaminhamento" para instituições e serviços que possam prestar um cuidado mais direto ao cuidador, "quer seja para a segurança social ao abrigo do pedido do estatuto do cuidador informal, quer seja para encaminhar para consultas de psicologia, quer para outros projetos como o Braga Sol".

A Associação de cuidadores de Braga está também a trabalhar na criação de um Balcão do Cuidador no Hospital de Braga, um posto que facilite "o primeiro contacto" com a "real8idade dos cuidadores" que, muitas vezes, "não têm a perceção" da situação em que se encontram".