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Estação de TGV de Gaia vai ser mesmo em Santo Ovídio

16 abr, 2025 - 15:00 • Lusa

O Plano Ferroviário Nacional, aprovado pelo Governo em março, foi publicado esta quarta-feira em Diário da República (DR).

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O Plano Ferroviário Nacional, aprovado pelo Governo em março e publicado esta quarta-feira em Diário da República (DR), estabelece que a estação de alta velocidade de Gaia é em Santo Ovídio, ligando às linhas Amarela e Rubi do metro.

"A linha [de alta velocidade] prevê, ainda, a construção de uma nova estação em Vila Nova de Gaia, em Santo Ovídio, onde a correspondência com duas linhas do Metro do Porto [Amarela e Rubi] torna este o ponto de acesso natural para toda a zona central e ocidental da cidade do Porto", pode ler-se na versão final do Plano Ferroviário Nacional (PFN), hoje publicado em DR.

De acordo com a publicação, "a estação Gaia AV [Alta Velocidade] será, portanto, a primeira paragem a servir a Área Metropolitana do Porto", no contínuo urbano que une as duas cidades das margens norte e sul do rio Douro.

O Plano Ferroviário Nacional, que começou a ser elaborado ainda nos governos PS, foi aprovado pelo atual Governo PSD/CDS-PP no Conselho de Ministros de 10 de março, após um período de consulta pública e debate parlamentar.

"Este é um Plano Nacional Ferroviário com várias infraestruturas que é aprovado na sequência de um longuíssimo debate e consenso nacional", adiantou então o ministro da Presidência, António Leitão Amaro.

Na semana passada, o consórcio LusoLav (Mota-Engil, Teixeira Duarte, Alves Ribeiro, Casais, Conduril e Gabriel Couto) apresentou uma proposta de alteração ao que foi posto a concurso no caderno de encargos da empreitada da linha de alta velocidade entre Porto e Oiã, e adjudicado ao consórcio.

Em causa estava uma proposta de mudança para sul, em cerca de um quilómetro e meio, da estação de alta velocidade ferroviária de Santo Ovídio para uma localização em Vilar do Paraíso, que implicaria a perda de uma ligação direta à linha Amarela, mas uma extensão da Linha Rubi, bem como a passagem de uma ponte rodoferroviária sobre o Douro para duas travessias.

As propostas não vinculativas do consórcio LusoLav foram levadas a votação pela presidência da Câmara de Gaia, liderada por Eduardo Vítor Rodrigues (PS), e aprovadas pela maioria socialista no executivo, com votos contra dos dois vereadores do PSD.

O presidente da câmara disse que a solução proposta não anula a solução de Santo Ovídio, "antes avaliza uma hipótese alternativa que se enquadra na zona delimitada como corredor de alta velocidade pelo concurso internacional lançado pelo Estado".

Os próprios representantes do consórcio LusoLav admitiram na Câmara de Gaia "receio formal" sobre o seu encaixe no concurso público, e disseram que até podem sair mais caras que as originalmente previstas.

"Vou-lhe dizer isto, não se vai acreditar: mas esta estação [a sul] é muito mais cara do que a outra para nós, somando também a linha do metro que temos que fazer, a parte da infraestrutura, que tem um viaduto com 900 metros, e mais 800 metros e um túnel e a estação de chegada", disse Rui Guimarães, administrador do consórcio LusoLav, em resposta ao vereador do PSD Rui Rocha Pereira.

O Governo informou na quinta-feira estar em diálogo com a Infraestruturas de Portugal sobre a proposta, desconhecida por esta, para mudar o local da estação de alta velocidade em Gaia e a ponte sobre o Rio Douro.

A IP assinalou que desconhece as alterações propostas pela LusoLav à estação de alta velocidade de Gaia e à ponte sobre o Rio Douro, lembrando que ainda não assinou o contrato de concessão com o consórcio.

A Câmara do Porto também não tinha conhecimento da proposta de abandonar a solução de uma ponte rodoferroviária sobre o Douro para a linha de alta velocidade e passar para duas, apresentada pelo consórcio LusoLav, disse fonte oficial à Lusa.

A Metro do Porto também "não foi envolvida na avaliação da solução alternativa" para a estação ferroviária de alta velocidade em Gaia apresentada pelo consórcio LusoLav que implicaria uma extensão da Linha Rubi.

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