21 abr, 2025 - 06:30 • Pedro Mesquita
Algumas famílias luso-americanas já regressaram voluntariamente aos Açores. É uma informação avançada à Renascença, a partir de Ponta Delgada, pelo Secretário Regional das Comunidades.
Sem revelar números, alegando que o levantamento dessas situações ainda está em curso, Paulo Estevão explica que são pessoas que se encontrariam em situação irregular nos EUA e "não querem passar por detenções". "Não querem passar pelo sistema judicial norte-americano e, portanto, não querem arriscar esse tipo de situações e estão a regressar voluntariamente aos Açores", acrescenta.
O Secretário Regional açoriano das Comunidades não tem registo - até ao momento - de que tenha aumentado o número de deportações, em relação a 2024 e explica que, aparentemente, "por opção politica" tem sido a população hispânica a mais fiscalizada na zona de Nova Inglaterra, onde a comunidade açoriana é particularmente numerosa: "Pelo que fui informado, trata-se de uma opção política. A comunidade açoriana está bem inserida, é uma comunidade muito mais antiga do que a comunidade hispânica, que cresceu em grande número nos últimos anos, e as autoridades norte-americanas não estão a projetar esforços de fiscalização...para já". E porquê? Paulo Estevão lembra, por outro lado, que grande parte da comunidade açoriana se encontra numa situação regular nos EUA, "ao contrário do que acontece com a comunidade hispânica, em que há um grande número de pessoas numa situação irregular".
Desde que Donald Trump tomou posse, tem notado um aumento de deportações da população açoriana?
Até o momento não se regista um aumento do número de deputados em relação aos anos anteriores. O que se está a registar é um regresso voluntário de algumas famílias açorianas que se poderão encontrar numa situação de irregularidade e que não querem passar por detenções. Não querem passar pelo sistema judicial norte-americano e, portanto, não querem arriscar esse tipo de situações e estão a regressar voluntariamente aos Açores. Há notícia disso, há dados, nós estamos a fazer a recolha junto das escolas, porque estão a chegar já, até com crianças, com adolescentes e, portanto, vão ser inseridas no sistema educativo açoriano.
Quando diz "algumas", estamos a falar de quantas pessoas que tomaram a iniciativa de deixar os Estados Unidos e regressar aos Açores?
Não nos é comunicado (esse dado) porque é um regresso voluntário. É feito por parte das famílias sem o apoio das entidades ligadas ao governo dos Açores. O que nós estamos a fazer é o levantamento, junto das escolas, porque temos notícia de que já estamos a enfrentar um conjunto de situações em que há miúdos com alguma dificuldade no domínio da língua portuguesa, porque a aprendizagem estava a ser feita em inglês - nasceram nos Estados Unidos - e, portanto, estamos a fazer o levantamento e penso que no próximo mês já vamos estar em condições de poder dar números.
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Mas há indicação de que, sem ser de forma voluntária, haverá muitos açorianos na lista da administração norte-americana para serem deportados?
Não temos um aumento de número, em relação aos dados que tínhamos no ano anterior...foram apenas 7, em 2024. Portanto não há neste momento nenhum registo de aumento de deportações. Também, o que nos está a ser transmitido é que a fiscalização, todos estes processos na zona de Nova Inglaterra, estão a ser dirigidos especificamente para a comunidade hispânica e não para a comunidade açoriana.
Consegue perceber porquê?
Pelo que fui informado é que se trata de uma opção política. A comunidade açoriana está bem inserida, é uma comunidade muito mais antiga do que a comunidade hispânica, que cresceu em grande número nos últimos anos, e as autoridades norte-americanas não estão a projetar esforços de fiscalização...para já.
Portanto, ao longo destes primeiros meses da administração Trump, a informação que nós temos é que as ações de fiscalização estão a ser direcionadas para a comunidade hispânica, e não para a comunidade açoriana. E grande parte da comunidade açoriana encontra-se numa situação regular, ao contrário do que acontece com a comunidade hispânica, em que há um grande número de pessoas numa situação irregular.