25 abr, 2025 - 21:49 • Redação
Pelas 14h30, já uma multidão se juntava perto da antiga sede da PIDE no Largo Soares dos Reis ,no Porto. Cravos, cartazes e cantorias aqueciam o ambiente do início da tarde do dia 25 de Abril.
Jorge Queijo, de 51 anos, esperava pacientemente pelo início da manifestação. À Renascença, conta que não é costume estar presente nas comemorações do 25 de abril, mas este ano sentiu "que precisava mesmo de vir" para "reforçar o sentido de liberdade" que sente "que está em perigo".
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Ainda antes de as marchas terem início, um cartaz escrito em inglês sobressaía da multidão. "Liberdade e não fascismo" era a mensagem erguida por Tanya, oriunda dos Estados Unidos da América a viver em Portugal há 5 anos.
O "orgulho pela cidadania Portuguesa" levou-a a sair à rua na tarde de sexta-feira para sentir "o contraste" entre os EUA e Portugal. Tanya salienta ainda que "Portugal é um país onde as pessoas se preocupam umas com as outras", e que as celebrações da Revolução dos cravos são um exemplo de uma mentalidade "socialista e progressista".
Do Largo Soares dos Reis aos Aliados, uma multidão(...)
Também Renato Nodari, de 64 anos, levou uma perspectiva internacional aos festejos do 25 de abril. Natural do Brasil, conta que "para nós, que vivemos a ditadura no Brasil, celebrar a Liberdade e a Democracia é muito importante".
Entre presenças assíduas e meros espectadores, a marcha comemorativa dos 51 anos do 25 de abril teve início meia hora depois do horário marcado.
Pela Avenida Rodrigues de Freitas, a marcha pela Liberdade começou a inundar a cidade do Porto com milhares de pessoas que formaram um manto de Liberdade que, cerca de uma hora depois, invadiu a Avenida dos Aliados.
No meio da grande enchente de cânticos e cartazes, José Pereira vivia toda a emoção de abril pela "grande preocupação pelo que se está a passar na sociedade". O jovem de 21 anos juntou-se aos amigos para "lutar pelos direitos e pela representação das minorias"
Enquanto a marcha percorria as ruas da cidade, muitos esperavam pela enchente na Avenida ao som do concerto "Cantar abril". Apesar da escolha de não marchar, Maria Helena Aragão foi à Baixa da cidade para lutar pelo "Abril que nos deu a Liberdade". Ao som de Grândola Vila Morena, Helena confessa que o medo de "voltar" ao passado a levou a "manifestar-se na rua, a melhor praça que existe para alertar os governos e os partidos".
A marcha começa a chegar à Avenida dos Aliados e o concerto dos "Retimbrar" começa a animar as milhares de pessoas que, em conjunto, celebraram o 51º aniversário da Revolução que derrubou a ditadura de Marcelo Caetano.