28 abr, 2025 - 11:41 • Ana Kotowicz , João Cunha , Daniela Espírito Santo com Redação
(Em atualização)
Um apagão deixou vários países europeus às escuras. Em Portugal, a falha de energia sentiu-se por volta das 11h30, obrigando muitos serviços públicos a recorrem a geradores de emergência para se manterem a funcionar, como hospitais e forças de segurança. O problema será de ordem técnica, mas ainda não foi posta de parte a hipótese de ter sido um incidente causado por um ciberataque.
Leitão Amaro, em declarações à Renascença, disse que, segundo a informação de que dispunha, o problema é europeu e tudo aponta para que a origem tenha a ver com questões técnicas. "É um problema generalizado na Europa", disso o ministro da Presidência. Ainda segundo Leitão Amaro, o ponto de origem terá sido em Espanha.
A hipótese de um ciberataque não pode ser, no imediato, posta de parte: "Há essa possibilidade, mas não está confirmada." Castro Almeida assim o disse em declarações à RTP3, clarificando que o apagão está a ser sentido, pelo menos, em Portugal, Espanha, França e Alemanha.
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"Há essa possibilidade, de facto", referiu o ministro. "Sei que abrange vários países da Europa — Portugal, Espanha, França e Alemanha e creio que também Marrocos", referiu Castro Almeida. Na sua opinião, é uma "coisa em grande escala que, pela dimensão que tem, é compatível com um ciberataque".
Para fazer face ao apagão, está prevista uma reunião do Conselho de Ministros para pouco depois das 13h00 desta segunda-feira na residência oficial do primeiro-ministro, presidido por Luís Montenegro, segundo fonte oficial do Governo.
Pouco depois do apagão, surgiram notícias de que a presidente da Comissão Europeia teria falado num ataque à soberania europeia numa publicação nas redes sociais. No entanto, apesar de Von der Leyen ter sido citada por vários meios nacionais (onde a Renascença se inclui) e internacionais, não foi possível encontrar as suas declarações no Twitter, onde teriam sido feitas.
Assim, tudo aponta para que tenha sido uma manobra de contrainformação. Também circulou que a Rússia, segundo a CNN Internacional, estaria envolvida no ataque. No entanto, tal como as declarações de Von der Leyn, também a notícia não estava disponível no site daquele órgão de comunicação social. A CNN apenas dá nota de que Portugal e Espanha sofreram um apagão.
A Comissão Europeia acabou por divulgar um comunicado oficial, por volta das 13h40, dizendo estar em contacto com as autoridades nacionais de Espanha e Portugal, bem como com a ENTSO-E (Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade), para compreender a causa subjacente e o impacto da situação.
"A Comissão continuará a acompanhar a situação e a certificar-se de que o intercâmbio de informações entre todas as partes relevantes se processa sem problemas. De acordo com a legislação comunitária em vigor (código de rede de emergência e restabelecimento), existem protocolos para restabelecer o funcionamento do sistema", lê-se na nota.
Em Portugal, a prioridade do Governo é retomar o mais rápido possível o normal funcionamento de todos os serviços críticos, como hospitais que estarão a recorrer a geradores de emergência para continuar a atender utentes. Além disso, importa "manter a ordem pública", disse Leitão Amaro.
Em Espanha, segundo o El Mundo, a Red Elétrica ativou os planos de emergência de reposição de energia. O jornal espanhol dá conta de que o apagão também afetou França, e de que o Instituto Nacional de Cibersegurança está a averiguar se se tratou de um ciberataque.
Já a E-Redes, num segundo contacto da Renascença, explicou que a rede elétrica europeia sofreu uma avaria e, por isso, a REN teve de optar por fazer cortes de energia sequenciais.
Dependendo das operadoras, também há utilizadores que não estão a conseguir utilizar os seus telemóveis.
No Metro de Lisboa havia, ao final da manhã, dezenas de pessoas presas nas carruagens, que ficaram retidas em túneis. A empresa disse à Renascença estar em comunicação com a EDP e a fazer os possíveis por restabelecer a energia. Se não for possível, os utilizadores do Metro deverão ser retirados das carruagens através dos túneis.
A rede de semáforos também não está a funcionar em Lisboa, ao que apurou a Renascença.
O corte de energia levou a ANA a acionar os geradores de emergência para permitir o essencial das operações no Porto e em Faro. Em Lisboa era onde se sentiam mais mais limitações, segundo fonte oficial da gestora aeroportuária. Nos aeroportos da Madeira e dos Açores não há quaisquer limitações.
Também a PSP está a funcionar com geradores de emergência. Devido ao apagão, a força policial vai colocar um maior número de polícias nas ruas para ajudar as pessoas, principalmente no trânsito. Em Lisboa, várias artérias da cidade ficaram caóticas, até porque a rede de semáforos deixou de funcionar.
Além disso, a PSP, assim como os bombeiros, estão a prestar ajuda a quem ficou preso em elevadores.