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Apagão em Portugal

Montenegro prevê "restabelecimento integral nas próximas horas" e apela à moderação no consumo de luz

28 abr, 2025 - 21:22 • Ricardo Vieira

Primeiro-ministro fala numa "situação grave, inédita e inesperada", com origem em Espanha. O chefe do Governo acredita que há condições para as escolas reabrirem na terça-feira e diz que ainda há situações difíceis em termos de reposição de luz na Beira Baixa, Alentejo e Setúbal.

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O primeiro-ministro, Luís Montenegro, prevê "restabelecimento integral de eletricidade nas próximas horas", após o apagão desta segunda-feira em todo o país. De acordo com a E-Redes, pelas 21h30 desta segunda-feira, dois milhões de consumidores já tinham luz.

"O abastecimento está a ser reposto gradualmente. Em muitas regiões do país a eletricidade já foi restabelecida, sendo expectável que do ponto de vista do território haja um restabelecimento integral nas próximas horas", afirmou Montenegro, em conferência de imprensa realizada esta segunda-feira à noite, à margem de um Conselho de Ministros de emergência.

O chefe do Governo diz que ainda há situações difíceis na Beira Baixa, Alentejo e Setúbal.

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Nesta declaração ao país, o primeiro-ministro deixou um apelo moderação no consumo de energia, agora que a eletricidade está a voltar, até que a rede esteja plenamente estabilizada.

Montenegro adverte que a "retoma pode demorar mais tempo em Portugal do que em Espanha, porque ao contrário da possibilidade que Espanha tem de ter interligações com outros países, nomeadamente com França e Marrocos, nós em Portugal estamos exclusivamente ligados à rede espanhola".

O que causou o apagão? Montenegro ainda não sabe

Luís Montenegro afirma que "o apagão generalizado teve origem fora de Portugal, muito provavelmente em Espanha", na sequência de uma grande oscilação na tensão elétrica. No entanto, as causas ainda não são conhecidas.

"Ainda não há um apuramento da origem da situação. Há alguns elementos que apontam numa direção: a origem não está relacionada com a rede portuguesa", garante.

Montenegro subscreve a explicação da REN - Rede Energéticas Nacionais, ao final da tarde: "Tendo nós ligação à espanhola, foi aí que teve origem um aumento abrupto da tensão na rede espanhola. A origem ainda não conseguimos explicar. Sabemos que foi o aumento dessa tensão que terá feito disparar os mecanismos de segurança que levaram ao apagão. Serenamente, vamos avaliar com as autoridades espanholas".

País pode voltar a ficar às escuras?

Luís Montenegro subscreve também aqui a posição da REN: a reposição é preciso ser feita gradualmente para evitar nova quebra na energia.

"Estamos a ter todos os cuidados, querer ser rápido pode levar a nova quebra. As coisas estão a correr bem, estamos até a antecipar os cenários previstos pela REN. Duas horas antes do previsto, Lisboa tem a situação praticamente reposta", garante.

Portugueses serenos perante "situação grave, inédita e inesperada"

"De imediato, constituímos um gabinete de crise no Governo que desde a primeira hora se concentrou na gestão de uma situação grave, inédita e inesperada", destacou o primeiro-ministro.

O chefe do Governo elogia a "compreensão, serenidade e sentido cívico que os portugueses estão a demonstrar nesta circunstância extraordinária".

Escolas podem reabrir na terça-feira

Com o apagão em vias de resolução, o primeiro-ministro acredita que há condições para as escolas reabrirem na terça-feira de manhã.

O primeiro-ministro "não vê razão para que as escolas não possam abrir amanhã, se não houver perturbações no reabastecimento".

"É preciso fazer essa ressalva, porque é um processo delicado e a qualquer momento pode haver algum constrangimento na recuperação", diz.

Voos noturnos autorizados em Lisboa

O apagão obrigou à suspensão dos voos, nomeadamente no Aeroporto de Lisboa.

Luís Montenegro adiantou que os voos vão ser autorizados durante noite, para permitir o escoamento de milhares de passageiros que ficaram retidos.

"Situação dos hospitais foi a mais difícil de gerir"

Luís Montenegro confessa que "a situação dos hospitais foi a mais difícil de gerir", mas nenhum hospital chegou a situação limite.

"Sem fornecimento elétrico, foram acionados os geradores, alimentados a combustível, que vai sendo consumido e é preciso alimentar novamente os depósitos e a cadeia de abastecimento estava também a colapsar. Foi preciso uma gestão muito rigorosa e a colaboração das forças de segurança, que asseguraram o patrulhamento dos camiões que abasteceram os hospitais. Não tivemos nenhuma situação limite, em que o abastecimento fosse esgotado, mas tivemos de gerir situações de perturbação com a dificuldades de trânsito e gestão operacional. Houve situações dramáticas, mas que não tiveram a ver com a energia", explica o primeiro-ministro, nesta conferência de imprensa.

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