29 abr, 2025 - 05:41 • Marisa Gonçalves
Cerca de 15 horas depois do apagão, ainda se faziam notar grandes constrangimentos no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, durante a madrugada desta terça-feira.
Percebe-se pelos olhares cansados e pelas palavras de desânimo que vai demasiado longa esta espera.
Cláudio Neves tem as suas paisagens do Rio de Janeiro ainda muito distantes. Desde as 18h30 de segunda-feira que tenta um novo voo. Diz que talvez venha a ocorrer na manhã desta terça-feira.
“Fizemos pela aplicação e marcámos para as 09h30, mas vamos ver se conseguimos. Estamos aqui sofrendo com um bebé”, conta à Renascença. A mãe, Ana Beatriz, está sentada nas escadas com um menino de um ano nos braços. “Foi muito difícil, mas até nos deram apoio porque havia refeições para crianças e consegui alimentos para ele. Precisava mesmo de voltar para casa”, desabafa.
A casa de muitos passou a ser improvisada, por largas horas. Uma turista inglesa adianta à Renascença que está à espera de voo para Nova Iorque desde as 11h30 da manhã de segunda-feira. “Vou procurando informações nos ecrãs. Não tenho qualquer indicação da minha companhia, mas compreendo a situação. Há muita gente aqui”, afirma.
A desentorpecer as pernas e sem posição para dormir, um outro turista alemão espera voo para Frankfurt. “Ainda pensei regressar a Cascais, onde estava alojado, mas não conseguiu táxi nem Uber, no meio de tanta confusão. Eram milhares de pessoas e eu acabei por ficar aqui. Espero ter voo esta manhã”, declara.
Congestionamento nos transportes e no trânsito das grandes cidades foram outras das consequências da falha generalizada de energia.
Até cerca das 22h30, a E-Redes informou que tinha sido restabelecida a eletricidade em quatro milhões de casas.