16 dez, 2015 - 16:59
O debate quinzenal desta quarta-feira, no Parlamento, fica marcado pela guerra de palavras entre o primeiro-ministro, António Costa, e o líder do CDS, Paulo Portas.
O presidente do CDS-PP pediu a António Costa para interceder junto dos "camaradas da intersindical" para acabarem com o "sindicalismo agressivo" que provoca o "suicídio económico".
"Que sirva para alguma coisa a geringonça. Não pode pedir ali aos camaradas da intersindical que acabem com o sindicalismo agressivo, que provoca o suicídio económico, que prejudica as exportações, que pode pôr em causa o emprego e os postos de trabalho a prazo, com tanta greve que prejudica a economia portuguesa?", questionou Portas, no primeiro debate quinzenal do actual Governo.
Na resposta à questão colocada por Paulo Portas, a propósito do pré-anúncio de greves no porto de Lisboa e da possível saída do operador Maersk, o primeiro-ministro disse que "há limites para a alergia à greve" e para a visão que o líder centrista tem dos "direitos dos sindicatos".
Anteriormente, os dois políticos também trocaram “galhardetes” quando Paulo Portas lamentou o fim dos exames no quarto ano e perguntou se o PS vai aprovar a proposta dos “sócios do PCP” para acabar com os exames no 6.º e 9.º anos.
O líder do CDS acusou a esquerda de criar um “reino de facilidades quando os jovens vão encontrar lá fora um reino de dificuldades”.
Na resposta, António Costa disse esperar que Paulo Portas “registe à segunda o que não registou à primeira” sobre a posição do PS, expressão que motivou protestos da bancada da oposição.
O primeiro-ministro acusou Portas de ser “saudosista” e explicou depois que o PS vai votar contra o fim dos exames do 6º e 9º. Sublinhou ainda que a substituição dos exames por uma prova de aferição no 4.º ano permite avaliar mas não exclui os alunos.
O líder do CDS usou da palavra para refutar a acusação de saudosismo. “Quem mencionou o exame da quarta classe foi vossa excelência. Isso diz tudo sobre a sua contemporaneidade”, atirou.
“Todos percebemos na sua resposta alguma altivez, para não dizer soberba. Faz lembrar o cidadão António Costa que há dois anos dizia que este debates quinzenais eram a invenção mais estúpida do Parlamento dos últimos anos”, concluiu Portas.
[Notícia corrigida às 19h40 - debate desta quarta-feira e não quinta-feira]