19 jan, 2016 - 14:07 • João Carlos Malta
“Só [tive] um [lugar que tive pena de não ter ocupado]. O único a que concorri sem ter sido eleito. O lugar de primeiro-ministro. Mas a divisão do eleitorado em dois partidos concorrentes - o próprio PS e o PRD, da iniciativa do então Presidente da República Ramalho Eanes, fez com que os presumíveis 40% de votos do PS ficassem divididos pelo PRD - 18% e o PS - 22%. E lá se foi a vitória nas eleições”. Entrevista ao "i" em Fevereiro de 2014
“Fiz dezenas de leis no próprio Conselho de Ministros, eram aprovadas logo ali e publicadas. Posso ter a vaidade de ter sido eu um dos principais artífices. Trazia de Moçambique uma linguagem jurídica e pediram-me para fazer as leis. Dificilmente terá havido um legislador que tenha feito tantas leis e tão rapidamente". Abril de 2014
"Normalmente os políticos só começam a perceber alguma coisa quando saem do primeiro Governo, porque quando entram para lá não percebem nada. Eu já por lá passei e sei que é assim". Outubro de 2012
"Álvaro Cunhal era o meu ídolo quando era estudante de Coimbra. Era o ídolo da esquerda". Junho de 2005
Sobre a descolonização: "Se Spínola não tem resistido a fazer logo após Abril o que veio a fazer em Julho, através da Lei 7/74, as coisas não teriam corrido tão mal como correram. O resultado final talvez continuasse a não ser exaltante. Mas ter-se-ia em qualquer caso evitado a degradação da situação militar". Setembro de 2006
Na apresentação do livro Quase memórias - do colonialismo e da descolonização": "Eu e Mário Soares fomos tão vilipendiados sem razão que esperar 30 anos para apresentar este livro é sinal de respeito por algumas instituições e pessoas. A História serve-se fria e nem sempre quando esfria cheira bem". Novembro de 2006
"A culpa é mais partilhada e mais colectiva do que pensamos. Tiveram culpa aqueles que bateram palmas antes do 25 de Abril de 1974, mas também os que gritaram nem mais um soldado para as colónias depois do 25 de Abril e todos aquele que cederam à tentação da indisciplina". Novembro de 2006
“Sempre defendi a eutanásia. O direito à vida é também o direito à morte, sobretudo quando não morrer significa sofrimento. As pessoas têm direito a privar-se desse sofrimento”. Fevereiro de 2009
“Não há condições para mudar o poder político dominante em Angola". Entrevista à Renascença em Novembro de 2015
“ A grande viragem da minha vida foi a doença. No dia em que fui visitar o meu médico e ele me disse que tinha um cancro na próstata, aprendi que a vida é mesmo finita e que as coisas têm uma importância relativa. Estava convencido de que era imune a qualquer doença – tinha aquele sentimento, muito típico, de que os aviões só caem quando os outros viajam”. Entrevista ao "Jornal de Negócios", Junho de 2008
"Tive [muito medo de morrer]. Tive e tenho. Gosto muito da vida. Ainda hoje me custa a ideia de que vou deixar de ter a companhia de pessoas, mais do que de coisas materiais. De ouro, tenho a aliança, tenho um relógio, e… Não ligo a coisas materiais”. Entrevista ao "Jornal de Negócios", Junho de 2008
É corajoso? "Relativamente. Sou consciente, medianamente inteligente e pondero a coragem de acordo com o ambiente em que vivo. Não sou um suicida. Mesmo quando sou frontal, sei estabelecer os limites da minha frontalidade”. Entrevista ao "Jornal de Negócios", Junho de 2008
“[As ditaduras] nunca acabarão. Vai continuar uma ou outra, mas haverá cada vez menos. Hoje, o número de ditaduras em todo o mundo é muito restrito do que há alguns anos". Junho de 2014
“O mundo tem de recuperar o equilíbrio e a sensatez de um Keynes, e o tempero das medidas com que foi controlada a grande depressão do século passado e tornados possíveis os 30 anos gloriosos que se lhe seguiram” Entrevista ao "i" em Fevereiro de 2014
“Acho que é uma solução democrática, acabou um tabu [sobre o Governo do PS com apoio de Bloco e PCP]”. Outubro de 2015
"Tenho uma grande admiração por ele [Sócrates] e a verdade é que ele está preso sem ter sido acusado de nada". Dezembro de 2014
“Devo ser um bocado burro, mas não consigo descobrir por que é que nós precisamos de dois submarinos”. Dezembro de 2009
“A política ainda não tomou consciência do que deve à mulher portuguesa". Janeiro de 2016
“Há bons deputados, estão é mal pagos. Se fossem bem pagos, eram mais qualificados. O deputado recebe líquidos 450 contos e arrisca ser devassado”. Fevereiro de 2002