04 fev, 2016 - 07:52 • Paula Caeiro Varela , Eunice Lourenço
Com oposição interna, mas sem adversários – pelo menos, por enquanto – Pedro Passos Coelho avança esta quinta-feira para a corrida a mais um mandato na liderança do PSD.
O actual presidente do partido apresenta a sua candidatura em Lisboa, naquele que será o lançamento para uma volta ao país em campanha para ouvir o partido, mas também a sociedade civil.
As directas no PSD são a 5 de Março e quase um mês depois realiza-se o congresso. Só aí é que devem surgir as vozes críticas à liderança do antigo primeiro-ministro.
Rui Rio continua a ser apontado, ainda e sempre, como um potencial candidato, mas para já sem sinais de avançar. A oposição à liderança de Passos Coelho entende que não é este o momento e reserva-se para o congresso de Abril.
José Eduardo Martins, antigo secretário de Estado e um dos mais destacados nos últimos anos na contestação à actual liderança, diz à Renascença que não se demite de dizer o que pensa, mas só no congresso de Espinho. Admite que pode avançar para a sucessão de Passos, mas ainda não é desta.
Fontes sociais-democratas sublinham que o momento político não é favorável e que, enquanto houver no horizonte a hipótese de eleições antecipadas, mais ou menos a curto prazo, ninguém avança contra Passos.
A candidatura de Pedro Passos Coelho avança esta quinta-feira com o slogan a condizer também com a conjuntura política: "Social Democracia Sempre". Durante campanha interna, o líder social-democrata quer mostrar que não foi nem será coisa diferente disso, mesmo que para fora tenha passado a ideia de quer recentrar o partido "à esquerda da direita" depois da governação dos últimos quatro anos.
Fonte próxima do ex-primeiro-ministro adianta que o projecto de Passos Coelho tem como bandeiras o combate às desigualdades sociais e aos privilégios de classes, entre outras.
A moção de estratégia será apresentada a 23 de Fevereiro. Até lá, Passos vai andar em campanha pelo país.