07 dez, 2016 - 18:48
O líder do PSD está disponível para discutir as propostas do Governo sobre descentralização, ironizando que os sociais-democratas não são de "amuar" e aceitam a apropriação que o executivo fez de medidas avançadas pelo partido.
"Nós não somos de amuar, portanto aceitamos democraticamente que o Parlamento decida chumbar liminarmente as nossas propostas e que depois pegue em várias delas e as apresente como suas", afirmou Pedro Passos Coelho, no debate quinzenal com o primeiro-ministro, no qual António Costa defendeu uma reforma para a descentralização de poderes para o poder local.
Referindo-se às alterações propostas pelo PSD durante a discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2017, que foram todas chumbadas pelo PS, Passos Coelho assegurou que os sociais-democratas estão disponíveis para a discussão, fazendo votos que não se perca esta "oportunidade de ouro" para uma nova geração de autarcas.
Na resposta, o primeiro-ministro disse "registar positivamente" aquilo que considerou ser a maior novidade na intervenção do líder social-democrata.
"Espero não pecar por excesso de optimismo a registar aqui positivamente a maior novidade da sua intervenção: é que vossa excelência e o PSD não amuam, espero que não seja optimismo e seja mesmo assim", ironizou.
Já num tom mais sério, António Costa assinalou a disponibilidade do PSD para trabalhar em conjunto as matérias relacionadas com descentralização, sublinhando que este é um debate que merece ser feito por si e não no âmbito da discussão orçamental. Além disso, acrescentou, esta é uma reforma que não se deve esgotar num ano.
O primeiro-ministro defendeu que deverão ser os autarcas eleitos no final de 2017 a escolher as diferentes comissões de coordenação e desenvolvimento regionais (CCDR) e frisou que quer amplos consensos nesta reforma, designadamente com o PSD.