Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

​Esquerda pressiona PS a confirmar transferência da Carris vetada por Marcelo

07 set, 2017 - 18:12

Socialistas respondem que seriam necessários os votos de dois terços dos deputados.

A+ / A-

PCP, PEV e BE pressionaram esta quinta-feira o Governo e o PS para que seja confirmado, no parlamento, sem alterações, o decreto que introduzia modificações à lei sobre a transferência da Carris para a Câmara de Lisboa.

A posição dos partidos de esquerda que apoiam o executivo de António Costa foi tomada no breve debate, na Assembleia da República, sobre a mensagem em que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, justifica o veto ao decreto por considerar abusivo que se proíba qualquer concessão futura da Carris.

Perante um veto, os deputados podem alterar o diploma tendo em conta as objecções do Presidente - cenário que o PS já admitiu - ou manter o texto e confirmar a lei com a maioria absoluta dos deputados.

O primeiro a dizer que é a favor da manutenção da lei foi o deputado do Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) José Luís Ferreira, que assegurou "toda a disponibilidade para confirmar o diploma ou uma alteração que garanta a natureza" pública da Carris.

Ao contrário do que pensa o Presidente, José Luís Ferreira disse que a Assembleia da República não está a condicionar opções futuras para câmara.

"Se a autarquia não quiser as competências terá sempre a faculdade de fazê-las regressar ao Estado", argumentou.

Já Paula Santos, deputada do PCP, alinhou pela mesma linha de argumentação, na "defesa do interesse nacional, da população e dos trabalhadores" para manter a empresa na esfera pública.

"Não há razão alguma para que PS, PCP PEV e BE não voltem a aprovar as alterações ao decreto-lei, justas e necessárias, mesmo as que forem contestadas pelo Presidente da República", acrescentou.

Pelo Bloco de Esquerda, a deputada Mariana Mortágua sublinhou a defesa da Carris na esfera pública e alertou que as autarquias "têm o dever de respeitar as condições de serviço público estabelecidas pelo Governo e pela Assembleia da República, no âmbito das suas competências".

Mariana Mortágua recordou ainda que "existe um acordo entre o BE e o Governo para travar privatizações e concessões a privados de serviços públicos".

O PS respondeu ao desafio da esquerda, alegando que seriam necessários os votos de dois terços dos deputados.

O deputado Luís Teste disse à agência Lusa que PS e partidos de esquerda não têm os votos necessários para ultrapassar o veto do Presidente da República, que considerou abusivo que no diploma se proíba qualquer concessão futura da Carris.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+