28 nov, 2019 - 11:55 • Marta Grosso , Lusa
Um dos membros fundadores do Livre, Miguel Dias, anunciou na terça-feira numa rede social o seu afastamento do partido da papoila, justificando a decisão com "uma questão de forma e de postura política" na qual deixou de se rever.
"Não foi uma decisão fácil nem leviana. É emocionalmente complexa a decisão de abandonar o LIVRE, partido que ajudei a fundar e ao qual dediquei 6 anos da minha vida. As razões para a minha saída foram explicadas internamente", lê-se numa das mensagens publicadas no Twitter pelo candidato às eleições legislativas de outubro.
“Posso adiantar que não estão relacionadas com o conteúdo, pois os meus valores ideológicos e as ideias políticas continuam a condizer em larga medida com o defendido com o partido; antes com uma questão de forma e de postura política na qual não me revejo”, acrescenta o segundo lugar da lista por Setúbal do Livre.
Já nesta quinta-feira, Miguel Dias acrescenta que, “se andasse nisto por protagonismo, este seria o momento exacto para me promover”.
O Livre e a sua deputada única, Joacine Moreira, têm estado envoltos em polémicas desde a eleição da parlamentar, em 6 de outubro.
Joacine chamou logo à atenção pela gaguez, havendo pedidos de tolerância nos tempos de intervenção a que o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, tem acedido.
Mas mais recentemente foram tornados públicos desentendimentos entre a direção do partido e a deputada na sequência da abstenção de Joacine Moreira face a um voto de condenação da ação militar israelita na Faixa de Gaza, seguindo-se trocas de acusações de falta de lealdade política ou de falta de solidariedade ainda durante a campanha eleitoral.
Há dois dias, Joacine Katar Moreira entregou no Parlamento um projeto de lei sobre a nacionalidade, uma das principais bandeiras do partido nas eleições, mas fora do prazo consensualmente estabelecido na anterior legislatura entre as bancadas dos partidos com assento parlamentar.
Na terça-feira, a deputada única do Livre protagonizou um momento insólito em São Bento, com o seu assessor a pedir a um elemento da Guarda Nacional Republicana para a escoltar a fim de evitar responder a perguntas de jornalistas.