06 jan, 2025 - 16:51 • Pedro Mesquita , Daniela Espírito Santo
José Silva Peneda reagiu, esta segunda-feira, à morte de António Couto dos Santos, que foi seu colega de Governo entre 1991 e 1995.
À Renascença, Silva Peneda - que também fez parte do governo liderado por Cavaco Silva nessa altura, ocupando o cargo de ministro do Emprego e da Segurança Social - recorda um companheiro sempre dedicado, muito leal e ativo enquanto ministro adjunto e dos assuntos parlamentares, que acumulou com a pasta da Educação no XII Governo Constitucional.
"Fiquei surpreendido com a notícia. Foi um companheiro dedicado, um homem muito ativo. Foi meu colega, sempre leal, tivemos sempre excelentes relações. Tenho uma excelente impressão da forma como ele trabalhou comigo e com outros colegas na altura, no governo do senhor Cavaco Silva", acrescentou, admitindo estar "sem palavras".
"Só me resta invocar a sua memória e curvar-me perante o seu legado", admite, salientando que o antigo colega "deixou marcas importantes na altura em que fez parte do Governo". "Merece a minha mais sincera homenagem", reitera o ex-ministro.
Particularmente chocado com a noticia da morte de Couto dos Santos declara-se, igualmente, Luís Marques Mendes, que foi seu colega nos governos de Cavaco Silva durante oito anos.
O antigo ministro adjunto - que também já liderou o PSD - esteve com Couto dos Santos há menos de um mês e recebeu, por isso, com estupefação a notícia da sua morte.
"É um choque por todas as razões. Obviamente ninguém estava à espera. No meu caso ainda é mais um choque porque estive pessoalmente com ele há menos de um mês, numa pequena palestra na Ordem dos Engenheiros e achei-o, de resto, belíssimo, em bela forma e, por isso, isto é uma notícia completamente chocante. É um choque. Estou completamente estupefacto", admite, à Renascença.
Nestas declarações à Renascença, Marques Mendes sublinha que o papel de Couto dos Santos, enquanto governante, se destacou sobretudo nas pastas ligadas à juventude.
"Fomos colegas de Governo entre 1987 e 1993 e eu recordo sempre Couto dos Santos como, primeiro, um bom amigo, e recordo-o também como um bom colega do Governo. Eu acho que ele teve um papel muito importante nos governos do professor Cavaco Silva em várias áreas, mas, sobretudo, destacaria a área da Juventude. Como secretário de Estado da Juventude, primeiro, e depois como ministro da Juventude, ele foi, de facto, um excelente exemplo de ter uma agenda com muita imaginação, com muita criatividade, de mobilizar os jovens e teve, nesse domínio, uma ação particularmente marcante", assegura.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, também já reagiu à morte de António Couto dos Santos. Na rede social X (antigo Twitter), Montenegro diz que recebeu a notícia da morte "com profunda consternação e choque".
"Para além de ser um amigo, foi governante e deputado em fases desafiantes e bem sucedidas da nossa vida democrática", acrescenta o primeiro-ministro, que utiliza a mensagem para enaltecer "a sua frontalidade, humanismo e competência".
Também o Partido Social Democrata (PSD) já emitiu uma nota de pesar, esta segunda-feira, após receber a notícia da morte de António Couto dos Santos.
"A direção do PSD perdeu hoje um amigo, o Partido, um ilustre militante e o País um dos principais defensores da causa pública", é dito, num texto onde o partido passa em revista o percurso do antigo ministro.
"Couto dos Santos foi por quatro vezes membro dos governos de Cavaco Silva: foi Secretário de Estado da Juventude, Ministro dos Assuntos Parlamentares, Ministro da Educação e Ministro Adjunto e da Juventude. Foi ainda deputado pelos distritos de Setúbal (1987-1994) e de Aveiro (2009-2015), presidente do Conselho de Administração da Assembleia da República (2011-2015), presidente da Comissão Parlamentar de Saúde (2009-2011) e vice-presidente da referida comissão (2011-2015)", é dito.
[Notícia atualizada às 18h07 de 6 de janeiro de 2025 para acrescentar mais declarações de pesar]