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PCP defende Conselho de Estado sobre desigualdades e não sobre segurança

07 jan, 2025 - 10:22 • Lusa

O secretário-geral do PCP frisou que o novo ano começou com aumento dos preços na alimentação, nos combustíveis, eletricidade e habitação, referindo que, só na alimentação, registou-se uma subida de preços de "cerca de 27%" nos últimos três anos.

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O secretário-geral do PCP defendeu nesta terça-feira a necessidade de um Conselho de Estado sobre as desigualdades e não sobre segurança nacional, avisando que a "maior insegurança" das pessoas está no seu vínculo laboral e nos baixos salários.

Em declarações aos jornalistas à porta da empresa Bimbo, em Mem-Martins, Sintra, Paulo Raimundo foi questionado sobre a proposta de realização de um Conselho de Estado sobre a temática da segurança nacional, como pediu o líder do Chega, André Ventura, ao Presidente da República. .

"Nós precisamos é de um Conselho de Estado para discutir o problema da injustiça, da desigualdade e dos salários e das pensões. Esse sim é o grande tema da agenda, a que é preciso dar resposta, e é curioso que, para já, sejamos os únicos a falar disso", respondeu o secretário-geral do PCP.

Para Paulo Raimundo, "a vida da maioria está difícil e a maior insegurança das pessoas não está na perceção da insegurança, está na insegurança do seu vínculo laboral, do seu baixo salário, de chegar ao final do mês porque a pensão não chega, na insegurança de ir a uma urgência e não ter médico para responder".

"Essa é a maior insegurança que o nosso povo e a maioria enfrentam. É essas que é preciso resolver e é nisso que nós estamos profundamente empenhados", afirmou o secretário-geral do PCP.

Paulo Raimundo falava aos jornalistas durante uma ação de recolha de assinaturas, no âmbito da ação nacional do PCP intitulada "Aumentar salários e pensões, por uma vida melhor", para um abaixo-assinado que pede o aumento dos salários e das pensões e que será entregue ao primeiro-ministro, Luís Montenegro. .

Paulo Raimundo acusou Montenegro de estar "sempre a apontar para amanhã" e a alegar que "é preciso criar riqueza hoje para amanhã distribuir", mas esquecer que "é a riqueza que está a ser criada hoje que é preciso distribuir".

"Nós não podemos encher a boca com "ai, ai a pobreza que é verdadeira, ai ai as injustiças que são verdadeiras" e depois aqueles que trabalham, aqueles que põem o país e a economia a funcionar, não terem melhores salários", afirmou.

O secretário-geral do PCP frisou que o novo ano começou com aumento dos preços na alimentação, nos combustíveis, eletricidade e habitação, referindo que, só na alimentação, registou-se uma subida de preços de "cerca de 27%" nos últimos três anos.

"Eu questiono qual foi a média de salários que acompanhou essa evolução. Não foi nenhuma. E é preciso responder a isso, essa é que é a questão fundamental", sustentou.

Questionado se o PCP mantém que o salário mínimo nacional deve ser aumentado para 1.000 euros este ano, Raimundo disse que isso é "uma evidência".

"É preciso um choque salarial que eleve de forma significativa as condições de vida", defende, considerando que são necessários salários que garantam uma melhor distribuição da riqueza e que permitam que a população consiga lidar com o aumento dos preços.

"Aqueles que enchem a boca com os amanhãs que nunca virão, gostava que vivessem um mês com 870 euros brutos e gerir a vida com 870 euros brutos para verem o quanto é urgente aumentar todos os salários e o salário mínimo para 1.000 euros", referiu.

Nestas declarações aos jornalistas, Paulo Raimundo foi ainda questionado se o PCP já decidiu se vai apresentar um candidato próprio nas presidenciais, tendo respondido que o partido "não prescindirá de intervir" nessas eleições.

"Vamos intervir na batalha das presidenciais, mas com franqueza lhe digo que estive aqui nestes contactos e ninguém me falou em presidenciais. O que me falaram foi no aumento das rendas, os salários que não chegam ao final do mês, precariedade, instabilidade, estas é que são as preocupações das pessoas e é nisso que estamos empenhados em dar resposta", disse.

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  • EU
    07 jan, 2025 PORTUGAL 11:46
    Há TANTOS ANOS na política e lembrou-se AGORA de levar este flagelo à REUNIÃO. Rasgue a SEBENTA.
  • Anastácio Lopes
    07 jan, 2025 Lisboa 11:26
    Qual é o ano em que o aumento generalizado dos preços não acontece senhor Raimundo? Se esta é a prática anual há décadas, o que os portugueses em geral, trabalhadores e reformados em particular desde sempre esperam do seu partido, e dos outros, uma vez que não nos podem ser dados aumentos superiores aos da taxa de inflação anual, pelo menos que exista uma mais correta distribuição dos valores gastos pelo país nos aumentos de ordenados e pensões, o que nunca aconteceu. E nunca aconteceu porquê? Porque o PCO e restantes partidos teimam em propor/impor aumentos anuais na base da percentagem que tudo dão a uns e apenas e só migalhas à maioria da população, empurrando, literalmente, essa maioria para as pobreza e miséria. Porque assim é, apesar de não o dever ser, e porque o PCP mais uma vez, propôs aumentos na base da percentagem, sendo por isso cúmplice das pobreza e miséria reinantes no país, que moral quer ter o Sr Raimundo e todos os outros políticos para vir falar em desigualdades que as vossas opções acentuaram anualmente? Como não podem haver desigualdades se até os trabalhadores DEFICIENTES são discriminados negativamente pelo Estado e queimadas as suas carreiras profissionais? Há maior desigualdade do que estas?

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