12 jan, 2025 - 11:50 • Ricardo Vieira
“Os extremos” saíram à rua, disse no sábado o primeiro-ministro, Luís Montenegro, sobre as manifestações “Não nos encostem à parede” contra o racismo e outra convocada pelo Chega, “pela autoridade contra a impunidade”.
Luís Montenegro, durante um discurso num encontro com autarcas do PSD, em Ovar, defendeu que o seu Governo é um “elemento de moderação”.
“Num dia onde os extremos erguem cada um a sua bandeira em contraponto, em conflito aberto para o outro, o da direita para a esquerda e da esquerda para a direita, nós somos o elemento aglutinador, de confluência, de moderação. Privilegiamos o respeito dos direitos das pessoas e o interesse coletivo do povo português”, declarou o primeiro-ministro e líder do PSD.
A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, respondeu a Luís Montenegro através de uma mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter),
"Montenegro diz que ‘os extremos’ saíram hoje à rua. À velha arrogância cavaquista perante a crítica, junta a simetria irresponsável entre racismo e anti-racismo. Se não seguisse o Chega, não sentiria necessidade de se distanciar dos milhares que encheram as ruas pela liberdade", acusa Mariana Mortágua.
Milhares de pessoas marcharam contra a xenofobia e(...)
O secretário-geral do PS também reagiu no sábado às manifestações de Lisboa. Pedro Nuno Santos disse, em declarações aos jornalistas em Braga, que de um lado estavam defensores da democracia e do outro “pouca gente” de extrema-direita.
“É uma manifestação pelos valores do nosso país, da democracia, da liberdade, do Estado de Direito e da união do povo português, contra todas tentativas de instrumentalização da polícia, das forças de segurança e todos os discursos que visam dividir a população”, disse o líder socialista.
“Eu sei que há outra manifestação de extrema-direita, mas tem pouca gente. Acho que este dia mostra bem onde estão os portugueses: estão do lado da democracia, da liberdade, da segurança efetiva, não é de operações instrumentalizadas por governos ou por políticos”, sublinhou Pedro Nuno Santos.