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Não podem ser só salários de políticos. BE quer reverter outros cortes da troika

13 jan, 2025 - 12:13 • Manuela Pires

Mariana Mortágua apresentou um plano para dar resposta ao aumento dos despedimentos. Em 2024 o numero de trabalhadores despedidos em processos de despedimentos coletivos aumento 40 por cento em relação ao ano anterior.

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A coordenadora do Bloco de Esquerda apresentou esta segunda-feira de manhã um pacote de medidas para dar resposta à “vaga silenciosa de despedimentos” no país e defende o fim do corte das compensações por despedimento que foi exigido pela troika.

Em conferência de imprensa na sede do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua lembrou que este mês os recibos de ordenado dos titulares de cargos públicos já contam com a reposição do corte de salário, mas que é preciso acabar com outros cortes que foram exigidos pela troika.

“São os cortes da troika das compensações por despedimento que eram 30 dias e hoje são 14 dias de compensação, são os cortes da troika no prazo de concessão do subsídio de desemprego que continua a ser mais curto do que era”, diz Mariana Mortágua.

Mas há outras medidas que o Bloco quer reverter como por exemplo acabar com a regras que impede o trabalhador de contestar um despedimento ilícito se tiver recebido uma indemnização. Segundo Mariana Mortágua esta norma aproveita-se da situação de fragilidade em que está o trabalhador quando é despedido, para o impedir de exercer um direito que a lei lhe confere.

Outra medida é recuperar os períodos de concessão dos subsídios de desemprego do período pré-troika. “A redução do apoio no desemprego funciona como aliado de uma política de baixos salários” refere o Bloco de Esquerda.

Por último o Bloco de Esquerda quer “repor o princípio de contributividade de acordo com o qual o subsídio de desemprego deve ser uma proporção do salário e não do IAS (indexante de apoios sociais). Valor máximo do subsídio de desemprego vinculado a 3 salários mínimos e não ao IAS”.

Plano de emergência para as regiões mais afetadas pelos despedimentos

O Bloco de Esquerda apresentou esta segunda-feira manhã um pacote de medidas para dar resposta ao aumento dos despedimentos que passa pela criação de um plano de emergência que abranja as regiões mais afetadas pelos despedimentos coletivos.

O Bloco defende a intervenção da Direção-Geral de Emprego e Relações de Trabalho e da Autoridade para as Condições de Trabalho no acompanhamento e na fiscalização dos processos de despedimentos coletivos, “o reforço das políticas de emprego e de formação profissional para a reconversão dos trabalhadores, designadamente no setor das confeções, do têxtil ou da indústria automóvel” e por último a possibilidade de majoração dos apoios sociais.

Este é um tema que vai ser levado também ao Parlamento Europeu porque o Bloco de Esquerda quer “impedir apoios a empresas com lucros que façam despedimentos coletivos (como na indústria automóvel) e garantir um fundo de apoio às vítimas de processos de deslocalizações, que pode ser acionado pelos estados-membros”.

O número de trabalhadores despedidos em processos de despedimentos coletivos aumentou 40% em 2024, face a 2023.

“De acordo com a Direção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho, em 2024 houve 444 empresas que iniciaram processos de despedimento coletivo, abrangendo mais de 5.500 trabalhadores. Esta realidade acentuou-se no último trimestre do ano passado e prossegue neste início de 2025. A indústria transformadora é o setor onde tem havido mais despedimentos” refere a nota do Bloco de Esquerda.

Comentários
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  • ze
    13 jan, 2025 aldeia 19:19
    E baixar o iva da electricidade para o antigo valor?ninguém fala disso?
  • Anastácio Lopes
    13 jan, 2025 Lisboa 14:45
    Quando será que o BE prova aos funcionários públicos, algo querer assumir para que o Estado lhes devolva, treze anos depois, os Subsídios de Férias e de Natal livres de todo e qualquer imposto como sempre o foram até à chegada da Troika? Em 13 anos viu, ouviu e nada assumiu, mesmo quando fez parte de um dos Governos socialista, tprnando-se por isso cúmplice desta imoralidade, injustiça e desonestidade intelectual, a qual, enquanto existir, acaba por subtrair aos funcionários públicos todo e qualquer aumento anual que lhes seja imposto, agravado com o facto desses pseudo aumentos, continuarem incorretamente a serem impostos na base da percentagem, que tudo dão aos que mais ganham e apenas migalhas aos que menos ganham. Será mantendo esta injustiça, e esta pseudo forma de aumentar anualmente quem trabalha, que alguma vez se reduzirá a pobreza e a miséria no país? Desiludam-se políticos e sindicatos de ocasião que proliferam no país com estes tipos de aumentos, pois são todos eles cúmplices do aumento da pobreza e da miséria, pois nunca dão mais a quem menos ganha e menos a quem mais ganha, o que se exige há muito para algo de sério, responsável e económico ser feito contra a pobreza e miséria o que até hoje nunca foi feito. Do que esperam os políticos para devolverem os subsídios mencionados a quem a eles sempre teve direito, mas que ainda hoje lhes são subtraídos pelo meno 1/3 de cada um com os impostos para a CGA, ADSE, IRS, etc Até quando BE, PCP, etc?
  • É agora?
    13 jan, 2025 País 12:48
    O BE teve 8 anos de consulado PS, em que na primeira parte, a sobrevivência do governo dependia do BE, e nunca fez nada de verdadeiramente eficaz para reverter esses cortes. É agora que vem com esta conversa? Ah, pois, é o PSD no governo...

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