Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Novo secretário-geral do governo

“Costa Neves está a pagar para trabalhar”, diz o primeiro-ministro

14 jan, 2025 - 10:59 • Manuela Pires

Novo secretário-geral do Governo vai receber cerca de seis mil euros, deixando de receber as pensões da Caixa Geral de Aposentações e Segurança Social e a subvenção mensal vitalícia por ser ex-titular de cargo político.

A+ / A-

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, agradeceu esta terça-feira o esforço e a dedicação de Carlos Costa Neves ao aceitar o convite para secretário-geral do Governo.

“Vai ter de pagar para trabalhar”, disse Montenegro, considerando que a aceitação do cargo tem custos pessoais e financeiros, já que a remuneração de Costa Neves será inferior às duas pensões e à subvenção vitalícia que aufere.

“No caso concreto, não deixo de anotar o esforço e a prova de dedicação à causa pública que o novo secretário-geral do Governo dá ao vir vestir esta camisola com custos pessoais e financeiros. É mesmo um caso para dizer que o Carlos Costa Neves, nesta ocasião, está a pagar para trabalhar”, disse o primeiro-ministro durante a cerimónia de posse que decorreu na residência oficial.

O salário do novo secretário-geral do Governo gerou muita polémica no final do ano passado, tendo levado mesmo Hélder Rosalino, o nome escolhido inicalmente, a abdicar do cargo três dias depois. Em causa estava o vencimento que iria ter nesta nova função, cerca de 15 mil euros, de modo a manter o salário de origem do Banco de Portugal.

No discurso da posse de Carlos Costa Neves, o primeiro-ministro garantiu que o principal objetivo é tornar o Estado mais eficiente e capaz “de servir melhor os cidadãos” sendo que a poupança é também uma das metas, mas não a principal.

“Um Estado também que possa ser, por via destas condições, mais racionalizado do ponto de vista da gestão dos dinheiros públicos. Não é o primeiro objetivo, quero aqui deixar isto muito claro. O primeiro objetivo é mesmo servir os cidadãos, é servir as instituições. Fazê-lo com eficiência” garantiu Luis Montenegro.

Na cerimónia, que contou com a presença de vários ministros, entre eles Joaquim Miranda Sarmento, das Finanças, e Pedro Reis, da Economia, o primeiro-ministro lembrou que esta era uma reforma que há muito tempo estava adiada e que o governo decidiu agora avançar, “sem aventureirismos nem contemplações”.

“A postura deste Governo não é de aventureirismos, mas também não é de contemplações. (…) Estamos a avançar, estamos a realizar esta alteração que funde entidades, que reduz estruturas, que reduz cargos dirigentes, mas que, repito, não é esse o fim da reforma. Isso é uma consequência das melhorias de gestão e operacionalidade dos serviços”, conclui o primeiro-ministro.

Para Montenegro este é “um novo tempo” na administração pública e Costa Neves vai ter a tarefa de levar a cabo uma “verdadeira reforma” da máquina do Estado.

“Cabe liderar o processo e coordenar um processo de reforma da administração pública, de maior integração e articulação entre os vários departamentos, os vários ministérios, e de fazer tudo isso em consonância com as orientações e também com a articulação com os membros do Governo”, disse o primeiro-ministro.

Carlos Costa Neves tem 70 anos, foi ministro da Agricultura do Governo de Santana Lopes e ministro dos Assuntos Parlamentares de Pedro Passos Coelho. Foi presidente do PSD Açores, deputado à Assembleia da República e deputado ao Parlamento Europeu.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+