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CASO DAS GÉMEAS

Ex-administrador do Santa Maria admite que requisitos para tratar gémeas “não terão sido cumpridos”

14 jan, 2025 - 15:03 • Susana Madureira Martins

Daniel Ferro admite ainda que “não é normal” que o Ministério da Saúde dê orientações para marcação de consultas.

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O ex-presidente do Conselho de Administração do Hospital de Santa Maria, Daniel Ferro, admite que a lei não foi cumprida na marcação da consulta das duas gémeas que receberam tratamento de favor naquela unidade em 2020. “Do ponto de vista estrito, efetivamente, não terão sido cumpridos” todos os requisitos, admitiu esta terça-feira o antigo responsável.

Daniel Ferro está a ser ouvido no Parlamento na comissão parlamentar de inquérito ao designado caso das gémeas, e diz compreender “a intenção” do então diretor clinico Luís Pinheiro que diz ter sido a de “simplificar um processo que do ponto de vista formal tinha algumas formalidades que não foram cumpridas e que se calhar poderiam ter sido”.

O antigo presidente do conselho de administração do Santa Maria explicou ainda aos deputados que “não é normal que o Ministério da Saúde ou a sua tutela dê orientação” para marcação de consultas, referindo que contactou na altura o então secretário de Estado Lacerda Sales “para se chegar a uma definição que fosse ao encontro do problema [financeiro] que o hospital tinha em mãos”.

Questionado pelo PS, Daniel Ferro garantiu ainda que "não houve qualquer pressão exterior" para o tratamento às duas crianças ser aplicado, ao mesmo tempo que garantiu que não foi contactado em nenhum momento pelo Presidente da República. " Não tive contactos com o senhor Presidente da República, a não ser na pandemia, mas sobre este assunto zero, não houve qualquer conversa", garantiu o ex-responsável.

"O que teria acontecido" se o Santa Maria "naquela altura" tivesse decidido que "não dava o tratamento" é uma das questões levantadas pelo próprio ex-administrador do Hospital.

Daniel Ferro reconhece que "pressão" sentiu "nessa altura", assumindo que "passado este tempo todo" o tratamento "terá sido uma boa decisão do ponto de vista clinico e individual", mas coloca a dúvida se "foi uma boa decisão do ponto de vista institucional". Se fosse hoje e com o que sabe agora, o ex-responsável do Hospital reconhece que teria outras "cautelas".

(em atualização)

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