14 jan, 2025 - 17:19 • Susana Madureira Martins
“Não basta aos partidos apresentarem candidaturas” autárquicas a Lisboa, avisa Rui Tavares do Livre. Um dia depois de Alexandra Leitão ter sido confirmada como a escolhida por Pedro Nuno Santos como candidata dos socialistas à capital, o dirigente do Livre vem dizer que “é preciso mobilizar as pessoas, ir ouvir os lisboetas, fazer os diagnósticos corretos para a cidade”.
Nas entrelinhas, Tavares está a avisar o líder do PS que começa a ser tarde para ir para o terreno fazer campanha em Lisboa, mesmo com o atual presidente da Câmara Municipal de Lisboa envolvido em diversas polémicas, como a segurança ou a higiene urbana.
Em declarações à Renascença, Rui Tavares garante que há abertura do Livre em “acordar um programa muito exigente de transformação ecológica, de aposta no transporte público, na qualidade de vida, de resolução dos problemas da habitação, de criação de um parque de habitação público na cidade, de uma renovação das políticas culturais em Lisboa, que têm andado só ao sabor do mercado”.
“Há abertura”, garante o dirigente do Livre que adianta que o partido levará tudo isso para “cima da mesa”, com Tavares a admitir que “serão negociações certamente muito eficientes” para conseguir uma frente de esquerda em Lisboa.
É preciso é acelerar o passo, mesmo tendo em conta que as primeiras conversas entre PS, Bloco de Esquerda e PCP já ocorreram ainda em 2024. Apenas os comunistas se colocaram de fora de uma eventual convergência em Lisboa ou noutros concelhos, recusando coligações pré-eleitorais.
Mas para se conseguir chegar a consenso sobre linhas gerais programáticas e “conseguir fechar esse programa é preciso trabalhar muito”, avisa Rui Tavares, que considera as eleições em Lisboa “decisivas”, garantindo o empenho do Livre na campanha.
Tavares salienta o peso eleitoral do Livre nas eleições europeias, em que o partido ficou em segundo lugar entre partidos de esquerda em 20 das 24 freguesias de Lisboa.
“Houve freguesias em que ficámos à frente da Iniciativa Liberal ou à frente do Chega e, portanto, onde temos reservatórios de votos que são muito grandes e que certamente contribuirão para uma vitória da esquerda em Lisboa”, resume o dirigente do Livre.