15 jan, 2025 - 19:44 • Pedro Mesquita
Para combater a crise imobiliária, o Partido Socialista não descarta a possibilidade de vir a equacionar soluções na linha daquelas que foram apresentadas, em Espanha, pelo primeiro-ministro Pedro Sanchéz. A deputada socialista Marina Gonçalves não descarta a hipótese, mas também não se compromete.
Pedro Sanchéz apresentou 12 propostas para combater a crise imobiliária em Espanha. Uma das ideias do chefe do governo de Madrid será taxar, até 100%, o valor das propriedades adquiridas por cidadãos extracomunitários, que não residam em Espanha.
Contactada pela Renascença, a deputada socialista Marina Gonçalves reconhece a bondade da proposta de Pedro Sanchéz e não exclui a hipótese de esta, e outras soluções, virem a ser avaliadas pelo PS.
A ex-ministra da Habitação - no governo de António Costa - assegura, contudo, que o assunto ainda não foi ponderado entre os socialistas portugueses e não se compromete.
"Nós reconhecemos a bondade da medida no sentido, não tanto de aumentar o valor da casa, mas sobretudo, de limitar aquela que é a aquisição de habitações e tentar, por essa via, a estagnação do preço… e o alargamento da oferta para quem quer residir em Espanha. Essa é a bondade da medida. No debate que fizemos para o [programa] ‘Mais Habitação’, esta medida não esteve em cima da mesa. Se fizesse, desde já, uma avaliação da medida, que conhecemos agora, não estaria a ser correta."
Compra de casas
Medida apoiada por Sánchez em Espanha seria imposs(...)
Marina Gonçalves sublinha, contudo, que "não devemos nunca descartar medidas que visam, no curto e no médio prazo, e esta, em concreto, no curto prazo, tentar alargar a oferta e, sobretudo, estabilizar os preços".
Seja como for, acrescenta de imediato: "Neste momento, o Partido Socialista não está a equacionar esta proposta. Estamos [nesta entrevista] a discutir a proposta de que foi apresentada em Espanha. Esta e as outras 11 medidas, porque elas não podem ser desfasadas umas das outras”.
“Estas são propostas que vão no bom sentido, o que não significa que, no dia seguinte, o Partido Socialista - ou qualquer outro partido - as tenha de assumir como suas”, afirma Marina Gonçalves.
A antiga ministra sublinha que “estamos a discutir medidas que foram apresentadas pelo governo espanhol, e não qualquer discussão que estejamos no Partido Socialista".
Muito importante, acrescenta a deputada Marina Gonçalves, será "percebermos que aquilo que está a ser feito pelo governo espanhol segue em contraciclo com aquilo que o governo português está a fazer. Ao invés de apresentar medidas para responder às famílias, o que está a fazer é revogar medidas que visavam precisamente alargar a oferta no curto prazo e a apresentar medidas que têm efeito imediato no aumento de preços, que dispararam, no terceiro trimestre de 2024".