16 jan, 2025 - 00:29 • José Pedro Frazão
O social-democrata Duarte Pacheco admite que uma derrota do PSD nas autárquicas e um chumbo no Orçamento do Estado para 2026 levarão à convocação de eleições antecipadas, já por um novo Presidente da República.
O cenário é antecipado pelo antigo deputado no programa Casa Comum, da Renascença, onde foram debatidos os cenários políticos das eleições autárquicas.
“Acho que o próximo orçamento já não vai passar. Este [Orçamento para 2025] já foi tão difícil, o próximo dificilmente [será aprovado]”, argumenta Duarte Pacheco, para quem a junção desse possível facto com uma derrota do PSD nas autárquicas interromperá a legislatura.
“Se acontecerem as duas coisas, Montenegro vai ter que governar em duodécimos até que haja possibilidade de irmos a eleições, só depois da posse do novo Presidente da República”, antecipa o ex-deputado do PSD.
Duarte Pacheco defende que o PSD deve entender-se com o Chega, sempre que se justificar, em órgãos autárquicos depois de eleições.
“No poder autárquico, depois da eleição, eu não tenho problema nenhum em fazer acordos com outra força política. Se calhar foi esse um dos pontos que falharam na atual presidência da Câmara de Lisboa”, opina o antigo parlamentar do PSD, lembrando o entendimento forjado no passado entre Rui Rio e os vereadores do PCP na Câmara Municipal do Porto.
CASA COMUM
A dirigente do PS diz na Renascença que “não está,(...)
Duarte Pacheco sustenta que, hoje, há uma maioria de centro-direita no país, “incluindo o Chega” e a Iniciativa Liberal.
“E daí a grande pressão sobre o PSD, que até pode ter um bom resultado, mas, com a incógnita do Chega, não conseguimos antever se o Chega tem 5% - e na linha do Bloco de Esquerda, não consegue ter a implementação autárquica - ou se tem 20% e faz com que o PSD possa perder ou pelo menos não conquistar as câmaras que gostaria de conquistar”, argumenta Duarte Pacheco.
O militante do PSD Oeste aposta nas escolhas de Piteira Lopes, em Cascais, e Pedro Duarte, no Porto, para dar alguns exemplos de candidatos da área social-democrata, com a condição de, neste último caso, ter um acordo com o movimento de Rui Moreira.
Para Sintra sugere um perfil “com notoriedade, porque é um grande concelho. E, para Gaia, Luís Filipe Menezes “se estivesse disponível, era uma excelente aposta para poder reconquistar a câmara, porque outra pessoa com competência, mas sem a capacidade de entrar num eleitorado à esquerda, dificilmente ganha”.
Quanto a si, Duarte Pacheco guarda cartadas para depois. “Devemos estar disponíveis para os desafios que o partido nos coloca à frente. Não é o meu ego pessoal que se vai sobrepor aquilo que for o interesse do partido”.