17 jan, 2025 - 06:12 • Tomás Anjinho Chagas
No dia em que o Parlamento vota vários diplomas com direitos para os idosos, a Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados (APRe!) critica o Governo por não ter sido ouvida no processo que levou o executivo a apresentar o Estatuto para a Pessoa Idosa.
Além disso, lamenta o nome, defendendo que "mais velha" seria uma expressão mais feliz do que "pessoa idosa". A APRe! fala de um "processo apressado".
Esta sexta-feira são votadas propostas de praticamente todos os partidos (PS, PCP, Livre, PAN, CDS, Bloco de Esquerda e Chega), e uma outra do Governo, que propõe um Estatuto da Pessoa Idosa.
Em declarações à Renascença, Maria do Rosário Gama, presidente da APRe!, assume que os princípios enumerados pelo executivo são bons, mas podem ser difíceis de tirar do papel.
"Nada sobre nós sem nós, e este estatuto foi construído sem a nossa participação. Não sei se as propostas vão ser aprovadas, mas devem descer à comissão para que a concretização possa aparecer num documento único e possa ter alguma eficácia. Se não, isto fica tudo no ar, e queremos que haja concretizações", aponta Rosário Gama.
A Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados sublinha que há propostas mais concretas a serem votadas esta sexta-feira, no Parlamento, como a do PS que propõe a criação de uma linha telefónica 65+, destinada aos mais velhos.
Maria do Rosário Gama lembra, por exemplo, a proposta do Bloco de Esquerda que quer dar a possibilidade dos idosos que queiram, de voltar para casa.
"Essa desinstitucionalização é importante. Há pessoas que querem estar em lares, mas há outras que não, que gostariam de estar nas suas casas mas foram empurradas", exemplifica a líder da APRE. Uma das ideias defendidas é que o Estado assegure que há uma pessoa para prestar apoio aos mais velhos que optem por ficar em casa.
Maria do Rosário Gama considera que a "adaptação dos domicílios devem acontecer já", referindo-se a intervenções nas casas dos idosos que podem ser pagas com fundos do PRR.