21 jan, 2025 - 19:04 • Tomás Anjinho Chagas
O Chega pode vir a retirar a confiança política ao deputado do partido, Miguel Arruda, que foi alvo de buscas esta terça-feira.
Ao que a Renascença apurou junto de fontes do partido, a possibilidade coloca-se para não contaminar a imagem do Chega, que faz da luta contra a criminalidade uma das suas bandeiras.
Já esta terça-feira à noite, o líder do partido, André Ventura, assumiu "estupefação" com o caso e pediu uma reunião para quarta-feira com a direção, não afastando para já a retirada da confiança política a Miguel Arruda.
"Não nos refugiamos nem nos escondemos. É preciso dar a cara em público pelo que se passa e dar explicações. Se essa explicação não for satisfatória o suficiente, esse mandato não tem condições de continuar a ser exercido", afirmou André Ventura em declarações à RTP3, esta terça-feira em Washington, onde esteve a assistir à tomada de posse de Donald Trump.
Outros dirigentes desabafam à Renascença que foram apanhados de "surpresa" e consideram que o caso, a confirmar-se, justifica a retirada de confiança política ao parlamentar açoriano.
Outra fonte diz estar "em choque" com o caso que veio esta terça-feira a público e concorda que é caso para ser afastado da bancada parlamentar. "Não se pode cuspir para o ar", ironiza.
Miguel Arruda foi alvo de buscas esta terça-feira, avançou o jornal Público, por ser suspeito de vários crimes de furto qualificado. O deputado, eleito pelo círculo dos Açores terá visto a sua casa em Lisboa, e a sua residência em Ponta Delgada serem revistadas pelas autoridades.
Segundo o Público, Miguel Arruda é suspeito de furtar, durante vários meses, malas dos tapetes das bagagens nos Aeroportos de Lisboa e Ponta Delgada.
Os deputados gozam de imunidade parlamentar, mas em casos como este a Justiça pode pedir o levantamento. A Renascença apurou, junto de fonte parlamentar, que até ao momento isso ainda não aconteceu.
[em atualização]