23 jan, 2025 - 23:35 • Ricardo Vieira
Miguel Arruda, o deputado suspeito de furtar malas em aeroportos, admite em entrevista à TVI que pode ter sido vítima de imagens geradas por inteligência artificial (IA) e de "certos interesses políticos".
Na sequência do escândalo que deixou o país incrédulo, o Chega rompeu esta quinta-feira com Miguel Arruda, que vai passar agora a deputado não-inscrito.
Miguel Arruda veio agora a público tentar defender o seu nome. Questionado sobre a existência de imagens que alegadamente provam o furto de malas em aeroportos, o parlamentar açoriano diz que pode estar a ser vítima da tecnologia.
“Perante as novas tecnologias, até podem aparecer imagens de inteligência artificial a demonstrarem isso”, insinua o deputado afastado pelo Chega.
Chega
Deputado do Chega vai ficar na Assembleia como dep(...)
Sobre a conta no serviço online de venda de roupa Vinted, onde terão sido vendidos artigos que estavam nas malas alegadamente furtadas, Miguel Arruda responde de forma evasiva.
O deputado não tem a certeza de possuir a conta com o nome "miguelarruda84”, mas, se for mesmo sua, serviria apenas para vender camisas que deixou de usar por ter perdido peso.
"Emagreci, como devem ter visto nos últimos tempos", disse Miguel Arruda, numa entrevista à TVI em que admitiu que a conta possa ser da mulher: “para se entreter um bocadinho”.
Miguel Arruda admite que, em determinados momentos, deixou malas de viagens no Parlamento, porque não tinha espaço na sua casa de Lisboa.
Conta que trazia malas vazias para o continente, para depois as levar para os Açores com artigos comprados em plataformas online.
De acordo com as informações disponíveis, o deputa(...)
Confrontado com notícias de que foi apanhado pela vigilância policial a levar uma mal alheia num aeroporto, o deputado fala numa "série de lapsos" e escuda-se no segredo de justiça.
"Fui abordado pela Polícia no aeroporto de Lisboa na passada terça-feira de manhã, não tinha uma equipa do Ministério Público à minha espera, nem uma juíza. Não posso falar por questões de segredo de justiça. Está tudo em segredo de justiça, não posso falar sobre essa questão. Já disse que foi um lapso, mas não posso falar sobre ela. Até trânsito em julgado, eu estarei inocente. Estamos num Estado de direito. O tempo da caça às bruxas já acabou”, declarou.
Miguel Arruda diz que foi militar, cumpriu “a lei a vida toda” e está agora a ser “crucificado na via pública”.
“Não posso explicar porque está em segredo de justiça. Estou inocente, e vou prová-lo na justiça”, sublinhou.