23 jan, 2025 - 16:29 • Manuela Pires
A secretária de Estado da Saúde "mentiu despudoradamente" aos portugueses e a ministra Ana Paula Martins está "em queda livre". O Partido Socialista voltou a atacar o Governo a propósito do caso Gandra D’Almeida e o deputado João Paulo Correia mostrou o que considera serem provas de que o Governo mentiu sobre este caso, depois de, na véspera, Ana Povo ter dito no debate de urgência no Parlamento que “o Governo não tinha conhecimento da acumulação de funções por parte" do diretor-executivo do SNS.
Esta quinta-feira, o deputado socialista João Paulo Correia disse aos jornalistas que a resolução do Conselho de Ministros que nomeia António Gandra d’Almeida para CEO do SNS tem uma nota curricular onde consta que o médico “mantinha atividade assistencial hospitalar”.
Parlamento
“Não queiram atirar as responsabilidades para o an(...)
“A resolução do Conselho de Ministros, que é assinada pelo Sr. primeiro-ministro, que nomeia o Dr. Gandra de Almeida para diretor executivo, tem uma nota curricular extensa (…) que diz, e passo a citar, mantém atividade assistencial hospitalar e pré-hospitalar. Isto prova que o Governo, a sra. ministra da Saúde, sabiam que quando nomearam o Dr. Gandra de Almeida, que ele tinha acumulado ilegalmente funções. E a secretária de Estado, ontem no Parlamento, mentiu despudoradamente ao país e aos portugueses”, referiu João Paulo Correia.
Em declarações aos jornalistas, o deputado insistiu em dizer que Ana Paula Martins não tem condições para continuar no cargo e que está “em queda livre”.
“A ministra da Saúde está em queda livre, sem paraquedas, o sr. primeiro-ministro tenta desesperadamente salvar a sra. ministra da Saúde, recorrendo até ao ridículo de responsabilizar o Governo anterior por uma nomeação sua. A situação da ministra da Saúde fica cada vez mais impossível”, refere o deputado.
O Partido Socialista agendou para quarta-feira passada um debate de urgência sobre este caso, que não contou com a presença de Ana Paula Martins. No entanto, o deputado João Paulo Correia diz que o PS já chamou a ministra da Saúde ao Parlamento porque insiste em pedir explicações à responsável pela pasta da Saúde.
Gandra d'Almeida demitiu-se depois de a SIC ter noticiado que acumulou durante mais de dois anos as funções de diretor do INEM do Norte, com sede no Porto, com as de médico tarefeiro nas urgências de Faro e Portimão e que terá recebido por esses turnos mais de 200 mil euros.