24 jan, 2025 - 18:30 • Susana Madureira Martins
O líder parlamentar do Bloco de Esquerda (BE), Fabian Figueiredo acusa o líder do PS, Pedro Nuno Santos, de "mimetizar o discurso da direita sobre a política migratória". Em declarações à Renascença, na sequência da entrevista ao Expresso do secretário-geral socialista sobre imigração, o dirigente bloquista diz que "o PSD foi atrás do Chega para acabar com a manifestação de interesse e agora é o PS que vai atrás do PSD".
Fabian Figueiredo encosta, assim, Pedro Nuno ao Governo da AD e aos partidos mais à direita, lamentando as críticas do líder socialista sobre a manifestação de interesse, que Fabian Figueiredo defende como sendo um "mecanismo de regularização permanente de pessoas que vêm para Portugal porque é a economia que os chama".
PS
Dirigente do PS vê na entrevista do líder do parti(...)
O dirigente do Bloco de Esquerda critica ainda Pedro Nuno Santos pelo facto de este considerar que a manifestação de interesse tem o "efeito chamada" de imigração. Trata-se de uma expressão "recôndita típica da direita radical que as forças progressistas devem evitar porque ela é mentirosa", defende Fabian Figueiredo, que conclui: "A economia precisa de mão de obra."
O BE sempre se mostrou favorável à extinção do SEF, e com a criação de uma estrutura como a AIMA, e Fabian Figueiredo justifica que "o que não correu bem foi a transição" entre os dois organismos. Para o dirigente do Bloco, a AIMA não teve do Governo PS a "atenção necessária" e se "não correu bem" foi porque o governo de António Costa "falhou aos imigrantes por falta de documentação a horas".
EXCLUSIVO RENASCENÇA
O dirigente do PS e antigo ministro da Administraç(...)
Questionado sobre uma posição de Pedro Nuno na entrevista ao Expresso, em que o líder do PS defende que "quem procura Portugal para viver e trabalhar, obviamente, percebe ou tem de perceber, que há uma partilha de um modo de vida, uma cultura que deve ser respeitada", Fabian Figueiredo é taxativo. Trata-se de uma "retórica típica da direita", tendo em conta que "todos os cidadãos são iguais perante a lei, como é evidente, seja cidadão nacional, residente turista ou imigrante", conclui.
O BE não tem fechado a porta a alianças com diversas forças de esquerda para as autárquicas deste ano, incluindo com o PS, e neste quadro, Fabian Figueiredo avisa que os bloquistas estão na "política local e nacional para dar corpo a projetos e alternativas de esquerda solidárias, inclusivas, que façam politica com base nos factos".
A Pedro Nuno Santos, o líder parlamentar diz ainda que "será sempre por alternativas programáticas que partem dessa base, desse chão comum da defesa dos direitos e liberdades e garantias das ideias do progresso" que o BE estará na política.