27 jan, 2025 - 07:57 • Tomás Anjinho Chagas
O Governo está a estudar o fim das reformas antecipadas. Fonte do ministério da Segurança Social confirma à Renascença que essa é uma das várias medidas que estão a ser avaliadas pelo executivo liderado por Luís Montenegro.
O Correio da Manhã avança, esta segunda-feira, que o Governo se prepara para colocar um travão no acesso à reforma antecipada através de uma limitação do acesso a este regime. À Renascença, fonte do ministério assegura que a decisão "ainda não está tomada", mas assume que é uma das várias medidas que estão a ser estudadas.
O Governo criou um grupo de trabalho para estudar medidas que constam no Livro Verde da Segurança Social, ou seja, que pretendem dar sustentabilidade ao sistema de segurança social, que luta contra o envelhecimento da população.
Além do fim das reformas antecipadas, o Governo também está a avaliar a mudança da taxa contributiva para a Segurança Social.
Na análise do economista e professor catedrático, João Duque, esta mudança vem na sequência do relatório do Tribunal de Contas que alerta para a fragilidade do sistema de pensões.
O presidente do ISEG vê esta possibilidade como uma forma de "prevenir, perante uma alteração demográfica, uma rutura no sistema de segurança social" e considera que é uma das alternativas viáveis para uma mudança praticamente inevitável.
"Este sistema tem de mudar à medida que muda a demografia e há três opções: nada muda e o Estado aumenta a sua dívida; aumentar o tempo de contribuições, que é o que está aqui em causa; ou cortar [as pensões]", vinca João Duque em declarações à Renascença.
O professor catedrático assinala que mesmo que nada mude "vai mudar alguma coisa em relação ao futuro, porque isso significa contrair dívida e isso são impostos a ser pagos no futuro".
"Há sempre mudanças porque há uma mudança na base", conclui João Duque, que assinala que entrada de imigrantes procura contrariar a tendência de envelhecimento da população portuguesa.