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Política de imigração

Imigração. Montenegro saúda posição de Pedro Nuno Santos (que não recua, apesar das críticas no PS)

28 jan, 2025 - 17:23 • Ana Kotowicz

Primeiro-ministro está satisfeito com o líder do PS e com regresso ao consenso político — ganha-se "estabilidade" para os imigrantes. Pedro Nuno Santos deixa recados aos críticos internos: não recua no que disse.

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O tema que os aproxima não é o mais habitual entre esquerda e direita: quando se fala de imigração, Luís Montenegro está satisfeito com Pedro Nuno Santos, e Pedro Nuno Santos está imune às críticas internas do partido. Esta terça-feira, Montenegro saudou o secretário-geral dos socialistas, depois de este ter defendido que, quando era Governo, o PS "não fez tudo bem" no que toca a imigração.

Falando pela primeira vez desde que Pedro Nuno Santos fez aquelas declarações ao Expresso, Montenegro considerou que, com esta posição, o país regressa a "um consenso alargado", que vigorou "até há poucos anos", e que dá "maior previsibilidade aos imigrantes".

O primeiro-ministro falava na conferência de imprensa final da VII Cimeira com Cabo Verde.

Em Aveiro, e depois de duras críticas dentro do PS — com vários membros do Governo de António Costa a acusarem o atual lidar de se colar às políticas de direita —, Pedro Nuno Santos foi claro: não recua no que disse.

"Este é um tema importante das sociedades contemporâneas", afirmou o socialista, à margem de uma visita ao projeto RAIZ, do Instituto de Investigação da Floresta e do Papel, e pouco depois de o primeiro-ministro ter saudado a sua postura.

"O Partido Socialista tem que ser muito claro sobre o tema e foi aquilo que eu procurei ser, não vai haver nenhum recuo naquilo que eu disse."

Consenso é "muito positivo"

Luís Montenegro defendeu que, para os imigrantes, é importante "saberem que as duas principais forças políticas do país têm princípios de proximidade nas suas políticas de imigração". Na sua opinião, isso garante a estas comunidades terem "um horizonte alargado" sobre as condições da sua vinda para Portugal.

"Vemos, com um sentido muito positivo, o anúncio da posição do principal partido da oposição de aproximação com a visão do Governo", afirmou o primeiro-ministro. "Quero transmitir que o entendemos como um caminho que visa dar um retorno a uma situação que vigorou até há poucos anos, de consenso alargado nesta área."

Já Pedro Nuno Santos, confrontando pelos jornalistas com as críticas internas, afirmou que o PS "é um partido muito grande, com opiniões diferentes", uma característica que faz parte da sua vitalidade.

"Aquilo que disse, enquanto secretário-geral do PS, não foi nem mais, nem menos, do que aquilo que eu queria dizer", frisou, garantindo que as alterações legislativas que o partido vai apresentar não passam por um regresso à manifestação de interesse — eliminada pelo atual Governo.

O líder socialista negou ainda que tenha feito estas declarações a pensar nas eleições autárquicas, como sugeriu João Costa, antigo ministro da Educação de António Costa.

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