29 jan, 2025 - 17:03 • Filipa Ribeiro
A Iniciativa Liberal chamou ao Parlamento o antigo primeiro-ministro António Costa, os dois chefes de gabinete — Francisco André e Vítor Escária — e os diretores de todos os organismos mencionados nos dados confidenciais que continha a pen encontrada no gabinete de Vítor Escária. Ou seja, Adélio Neiva da Cruz, diretor dos Serviços de Informações e Segurança, José Pedro Martinho da Costa, diretor dos Serviços de Informações Estratégicas de Defesa, Luís Neves, diretor da Polícia Judiciária e Helena Borges, diretora-geral da Autoridade Tributária.
Aos jornalistas, Rui Rocha diz que pretende ver esclarecida a "intervenção (de todos) no processo", nomeadamente se os dois chefes de gabinete e o próprio António Costa "tinham ou não, conhecimento da informação" e se a "usaram ou não". No entanto, diz não querer acreditar que a informação "tenha sido utilizada para alguma finalidade política".
Apesar de António Costa já ter dito que não sabia do conhecimento da pen, a IL insiste em ouvir diretamente esse esclarecimento do antigo governante.
Rui Rocha acrescenta ainda que a informação de que esta pen existia terá sido "aparentemente" guardada e a IL quer saber o porquê de não ter sido comunicado aos órgãos competentes ou destruída. "Há um conjunto de questões que queremos ouvir de António Costa", diz.
O líder da IL considera o caso "demasiado grave" para que o Parlamento não intervenha e não procure esclarecer questões de "responsabilidade política". Rui Rocha acrescenta que tendo em conta a gravidade é "desejável" que António Costa vá ao Parlamento, até porque o caso pode configurar uma "situação criminosa" que pode colocar em causa questões "muito melindrosas do Estado português".