30 jan, 2025 - 09:18 • José Pedro Frazão
A antiga ministra socialista Mariana Vieira da Silva defende que a entrevista de Pedro Nuno Santos não belisca a posição tradicional do partido sobre a imigração.
“Não há uma entrevista que possa mudar esse património de política pública”, diz a dirigente do PS no programa Casa Comum, da Renascença.
Entre Mariana e Pedro Nuno Santos, a divergência acontece em relação à afirmação da necessidade de os imigrantes respeitarem a cultura e os costumes dos portugueses.
“No que mais me distancio, é na linguagem utilizada, que não é tanto do cumprimento da lei da Constituição, mas a de uma certa apropriação de dimensões culturais, nas quais me revejo menos”, afirma a vice-presidente da bancada parlamentar do PS.
Cumprir a lei e a Constituição é “garantia suficiente de uma adaptação à vida em Portugal e não ir além disso”, assinala Vieira da Silva.
Mariana Vieira da Silva diz que o Governo do Partido Socialista criou dois vistos especiais para tentar contornar a aposta na manifestação de interesse dos imigrantes em trabalharem em Portugal.
“Quando o governo aprova, em 2022 e em 2023, os vistos de CPLP - que se traduzem hoje numa larga maioria dos imigrantes que entram em Portugal - e um novo visto de procura de trabalho, estavam os próprios governos do Partido Socialista a procurar reduzir o peso que as manifestações de interesse tinham enquanto porta de entrada”, contrapõe Mariana Vieira da Silva.
Ao sustentar que os socialistas procuraram uma alternativa à manifestação de interesse, Vieira da Silva adverte ainda contra “uma dicotomia que não é verdadeira” entre partidários e oponentes desse mecanismo.
O antigo deputado social-democrata Duarte Pacheco saúda a “evolução” das posições de Pedro Nuno Santos sobre imigração.
No entanto, o militante do PSD admite que está estratégia do líder do PS estará ligada à pressão de alguns autarcas socialistas da Grande Lisboa.
“E se assim for, tenho pena. Preferia que fosse genuíno esta evolução. Gosto de agentes políticos que tomam as medidas que acha mais adequadas de acordo com os seus objetivos e com aquilo que é concretizável”, aponta Pacheco.
Casa Comum
No programa Casa Comum desta semana, a dirigente s(...)