30 jan, 2025 - 17:04 • Susana Madureira Martins
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, diz que a sua liderança no partido "não estará" em causa, mesmo que o Ministério Público (MP) conclua através do inquérito que foi aberto que houve irregularidades no despedimento de trabalhadoras pouco tempo depois de terem sido mães.
Esta quinta-feira, o procurador-geral da República, Amadeu Guerra, confirmou que há indícios de falsificação de documentos à Segurança Social na base da investigação ao caso, mas, em declarações aos jornalistas no Parlamento, Mariana Mortágua garante que "não houve qualquer ilegalidade" no processo.
Questionada duas vezes pelos jornalistas se, a prazo, a sua liderança poderia estar em causa, à segunda tentativa a bloquista foi taxativa: "Não, não estará".
A coordenadora bloquista diz ver "com bons olhos" a investigação do MP, porque, diz, "permite desmentir um conjunto de notícias falsas relacionadas com este caso", para além de "confirmar que a atuação do BE teve um único propósito que era proteger aquelas trabalhadoras".
Mortágua revela que o MP ainda não contactou o BE sobre esta investigação e não pediu qualquer informação ou esclarecimento, mas a coordenadora do Bloco garante que o partido "quer" dar esses esclarecimentos.
À altura dos factos que agora estão sob investigação, ou seja, em 2022, Mortágua já era dirigente de topo do BE e refere que o "propósito foi proteger aquelas trabalhadoras na sequência da extinção do vínculo da comissãp de serviço que pode ser terminado a qualquer momento".
De novo, a dirigente bloquista assume que houve um "erro no procedimento e na forma de contacto" com as trabalhadoras, justificando que foi feito num "momento de pressão para dar resposta às pessoas". "Não quer dizer que tenha sido correto, foi legal, mas não foi correto", assume.
Para o BE o que está em causa agora é "o mecanismo que foi encontrado que pode ser questionada", o que, garante Mortágua, "não retira legitimidade" ao partido em "nenhum dos seus principios e não coloca em causa o patrimonio de defesa do feminismo".