30 jan, 2025 - 11:45 • Olímpia Mairos , Ana Fernandes Silva com Lusa
O Ministério Público (MP) está a investigar o caso das trabalhadoras que foram despedidas do Bloco de Esquerda (BE) pouco tempo depois de terem sido mães. A notícia foi confirmada, esta quinta-feira, à Renascença pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
“Confirma-se a instauração de inquérito, o qual corre termos no DIAP de Lisboa”, lê-se na resposta enviada por e-mail.
O caso veio a público na semana passada através da revista Sábado que deu conta de alegados despedimentos de cinco trabalhadoras do partido que tinham sido mães há pouco tempo, entre os anos de 2022 e 2024.
O procurador Geral da República refere que há indícios de falsificação de documentos à Segurança Social na base da investigação ao caso da trabalhadoras despedidas pelo BE.
"Não posso dizer em concreto ou não se há falsificação de documentos, mas há indícios", disse Amadeu Guerra, esta quinta-feira, em Penafiel.
A líder do Bloco de Esquerda (BE) reconheceu que o partido cometeu erros no "processo penoso" de despedimentos em 2022, numa mensagem enviada aos membros que pediram explicações acerca de notícias vindas a público.
Mariana Mortágua começou por lembrar que os resultados das eleições legislativas de 2022 - nas quais o partido passou de 19 para cinco deputados - reduziram para metade a subvenção pública, o que originou a extinção de cerca de trinta postos de trabalho.
Segundo a líder do BE, os postos de trabalho destas duas trabalhadoras foram de facto extintos "e apenas permaneceram na equipa pessoas que já a integravam e que executavam funções técnicas específicas (informática, grafismo, canais do grupo parlamentar)", negando que estas trabalhadoras tenham sido selecionadas especificamente entre os seus pares, nem posteriormente substituídas.
O BE apresentou, entretanto, uma queixa à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) sobre a notícia, classificando-a de "ataque político".