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Comissão Política

Caso dos despedimentos. Quatro membros do Bloco de Esquerda demitem-se da Comissão Política

01 fev, 2025 - 15:29 • João Pedro Quesado

Elisa Antunes, Gabriela Mota Vieira, Pedro Soares e Ricardo Salabert, eleitos pela lista de oposição a Mariana Mortágua, dizem que a Comissão Política "nunca" debateu "processos de despedimento", e que os membros do Secretariado Nacional "foram considerados politicamente inimputáveis".

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Quatro elementos da Comissão Política do Bloco de Esquerda apresentaram, este sábado, a demissão, durante a reunião da Mesa Nacional do partido. Os membros da oposição interna do partido apontam a recusa de abrir uma "comissão de inquérito para avaliação e apuramento de responsabilidade coletivas e individuais no processo de despedimento de funcionários".

Elisa Antunes, Gabriela Mota Vieira, Pedro Soares e Ricardo Salabert afirmam, numa nota à comunicação social, que a recusa foi "a gota de água que fez transbordar o copo", apontando que o Secretariado Nacional "tem vindo a substituir-se à Comissão Política nas suas funções, situação só possível pela ação da maioria", o que permite "que a democracia e o debate plural das decisões a tomar sejam subalternizados ao ponto de serem eliminados".

"A situação agora vinda a lume relativa ao despedimento de funcionárias/os ultrapassa os limites do natural debate político interno e é apenas a ponta do iceberg de um padrão de comportamento do Secretariado Nacional", dizem os quatro bloquistas, acusando a Comissão Política de "nunca" ter "um debate sobre uma política para o quadro de funcionários e assessores, objetivos, salários, funções e responsabilidades, métodos de participação na cadeia de direção, articulação com as regiões e, muito menos, sobre processos de despedimento e formas de adaptação às disponibilidades financeiras do Bloco".

Os membros do Secretariado Nacional, "que não é um órgão estatutário do Bloco e que inclui camaradas que nem são membros da Comissão Política, mas que tomam decisões que são da competência exclusiva" da Comissão Política, "constituem-se como uma espécie de nomenclatura que está acima dos Estatutos", apontam os quatro membros, provocado por um "entendimento entre as cúpulas das tendências que constituem a Moção A impõe uma direção omnipotente".

Elisa Antunes, Gabriela Mota Vieira, Pedro Soares e Ricardo Salabert, eleitos pela lista de oposição a Mariana Mortágua, alegam que "os membros do Secretariado Nacional, coletiva e individualmente, foram considerados politicamente inimputáveis" com a recusa de apuramento de "responsabilidades políticas coletivas e individuais".

Os quatro opositores internos dizem-se indisponíveis "para continuar a ser membros de um órgão esvaziado das suas competências e que, pela sua maioria, confere total cobertura a métodos, posições e decisões" nas quais não se reconhecem.

Mariana Mortágua já reconheceu "erros" do Bloco de Esquerda no que chamou de "processo penoso" de despedimentos em 2022, motivado após a redução do grupo parlamentar do BE nas eleições legislativas de 2022. A revista "Sábado" revelou despedimentos de cinco trabalhadoras do partido que tinham sido mães há pouco tempo, entre os anos de 2022 e 2024.

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